sábado, 31 de março de 2012

OS LIVROS A VOAR



Que mais pode alegrar um escritor do que ver os seus livros a voar na mão dos leitores?



Estes são do magnífico Colégio Luso-Internacional do Centro (CLIC) da Marinha Grande, onde passei uma manhã deliciosa.

quinta-feira, 29 de março de 2012

youtube



Das experiências profissionais como escritor que mais me divertiram foi ter pertencido por cerca de 6 anos às várias equipas de redacção da RUA SÉSAMO.

Foi duro por vezes, mas aprendi muito sobre escrita para crianças em televisão e deixei a minha mãozinha em mais de 500 programa.

Ali tive o imenso prazer de colaborar com grandes amigos como o António Torrado, o José Jorge Letria, a Alice Vieira, a Violeta Figueiredo, o Joaquim Pessoa, o Ramon Galarza entre vários outros.

De entre todos recordo muito especialmente o João Aguiar, amigo mais que amigo, irmão cujo desaparecimento me deixou uma saudade imensa.

Há dezenas ou centenas de sketchs e canções da RUA SÉSAMO absolutamente inesquecíveis. Este é impagável e lembro os dias em que alguns de nós cantávamos sem nenhum vergonha pelos corredores da RTP: "TENHO ORGULHO ORGULHO ORGULHO EM SER UMA VACA!"

terça-feira, 27 de março de 2012

ESCREVER NÃO É TRABALHO (?)



O nosso país tem-se destacado internacionalmente por jogadores e treinadores de futebol, mas também pelos escritores como José Saramago, Lobo Antunes, arquitectos como Siza Vieira ou Souto Moura, pintores como Paula Rego, cientistas... Mas não por gestores de empresas, economistas, ministros, comentadores políticos, críticos literários, nem por aqueles que nos dirigem e governam (embora alguns governem tão mal que até têm prémio.

Alexandra Lucas Coelho é uma excepcional jornalista que já nos ofereceu vários livros de crónicas de viagem no Afeganistão, no México, no Egipto durante a revolução e que acaba de publicar o romance "E a noite roda".

Escrevia na sua crónica de 18 de Março na P2 do Público:

"O tempo dos gestores é dinheiro, como o dos canalizadores, mas quem escreve não paga luz, não tem fome, não tem família, não precisa de seguro, de segurança social, nem, mais à frente, de pagar o funeral.

Em Portugal, poetas e prosadores são certamente tão ricos que não precisam de ser pagos quando vão daqui para ali, e fazem textos para colóquios, para revistas, para jornais, e são chamados para debates, para badanas, para prefácios - montras, em suma, em que se podem mostrar e de que portanto beneficiam. O que escrevem não tem preço e o tempo deles não se mede.

Cada vez que alguém acha natural não pagar a quem escreve está a dizer que a literatura é acessória, e a contribuir para que ela desapareça."

Não podia estar mais de acordo com ela.

domingo, 25 de março de 2012

A POBREZA DE VIVER APENAS O PRESENTE



Sigo impreterivelmente as crónicas do meu amigo dr. Daniel Sampaio ao domingo no Público. As suas palavras ajudam-me a pensar, a arrumar e a dar sentido às experiências vividas, a sublinhar ou interrogar convicções próprias.

Respigo o último parágrafo da sua crónica de 18 de Março em que recorda momentos da sua juventude em Sintra onde o pai exercia medicina.

"Fiquei a pensar como deve ser triste e redutor viver um dia depois do outro, sem nada para recordar, sem memórias para partilhar. Como deve ser pobre querer viver apenas o presente, sem âncoras numa história de vida. Como por vezes encontro por aí, naquelas pessoas que riem todo o tempo, nos querem fazer crer que a vida são dois dias e nos inundam de piadas de mau gosto."

segunda-feira, 19 de março de 2012

EB23 Dr. RUI GRÁCIO EM MONTELAVAR



Uma festa foi como fui recebido na Biblioteca Escolar da EB23 dr. Rui Grácio com representação de textos meus feita de forma invulgarmente criativa para o que é normal nos trabalhos escolares.

Quer isto dizer que se serviu de forma muito séria a promoção da leitura e do livro.



Um grupo de meninos empenhados, motivados, divertindo-se e espalhando alegria, recriação da palavra e uma bela capacidade de invenção plástica.

Um mimo.

sexta-feira, 16 de março de 2012

BIBLIOTECA JOSÉ FANHA NA EB1 DA SAPATARIA



Tenho um tremendo orgulho em contar com mais uma Biblioteca Escolar a que foi dado o meu nome. Desta vez a da EB1 de Sapataria, Sobral de Monte Agraço.

Estas são imagens da inauguração com o Sr. Presidente da Câmara Municipal e a presença amiga e honrosa da Dra. Teresa Calçada.



Já existem as Bibliotecas Escolares José Fanha na EB 23 da Venda do Pinheiro, Mafra, EB23 de Pombais e EB 1 do Olival Basto em Odivelas, a EB23 Mestre Domingos Saraiva do Algueirão e EB1 nº3 do Cacém em Sintra e agora a da Sapataria.

Sou ainda padrinho de mais duas Bibliotecas, a EB1 de Lousa em Loures, e a EB1 de Areia em Vila do Conde.

Para o trabalho que tenho vinda a fazer como escritor e divulgado de histórias e poesia, é uma grande felicidade saber que~este trabalho é útil e que o meu nome, desculpem a imodéstia, se vai tornando num ponto de referência no que diz respeito à leitura e à sua promoção.

Neste percurso é importante sublinhar o apoio e a cumplicidade das editoras que têm publicado os meus livros na área infanto-juvenil,nomeadamente a Terramar, a Texto e, sobretudo, a Gailivro,.

Estamos na mesma luta com o PNL, a Rede de Bibliotecas Escolares e muitas autarquias no sentido de fazer com que o nosso país mude os seus hábitos de leitura, vença a batalha contra a iliteracia e se aproxime um pouco mais dos países mais desenvolvidos nesta área.

quarta-feira, 14 de março de 2012

EB23 PADRE ALBERTO NETO



É para mim uma grande incógnita perceber porque é há escolas bem organizadas, dinâmicas, com trabalho de grande criatividade como é o caso da EB23 Padre Alberto Neto em Rio de Mouro, Sintra, e outras em que sem uma razão evidente, as pessoas estão desmotivadas, a desorganização reina, as guerrilhas de pelouros e galarotes campeiam, a educação é descurada, o cumprimento estrito dos programas torna-se numa religião bacoca.

Aqui comecei por ser recebido por vários professores entre os quais os Profs. Carlos Pinheiro e João Simões, o diretor, que me apresentou aos meninos que me brindaram com uma excelente exibição musical a partir de um poema meu.



Há escolas e professores para quem a promoção da leitura é um adereço dispensável. Outras e outros como é o caso para quem a leitura é um esteio fundamental do ensino, das humanidades, da ciência e do civismo



São escolas destas que me dão a felicidade de sentir que o meu trabalho é útil a professores e alunos.

Bem hajam por isso.

domingo, 11 de março de 2012

PÁSSAROS PEIXINHOS E UM CAVALO QUE NÃO APARECEU



Há escolas assim, onde a leitura é uma festa e o escritor é um amigo tratado com ternura e encanto.

Foi inesquecível a visita a esta Escola, EB1 da Estação do Agrupamento de Valis Longa, Valongo.

Professoras como a minha amiga Teres Queirós, e várias outras, a Xana, a Célia, a Ana, a Alzira, receberam-me com uma escola cheia de pássaros, peixinhos, sei lá que mais.




E depois, nas escolas, aparecem estes retratos mais ou menos delirantes em materiais também muito diversos. E são tão divertidas as formas que o meu bigode espanador vao tomando...



Entretanto, um menino descobriu um erro grave numa história minha. Em "A Princesa dos pêlos de ouro", o Príncipe percorre o seu país à procura de uma noiva. E nunca se fala do cavalo! História de Príncipe tem de meter um cavalo, protestou o menino.

E a Escola fez um cavalo para que eu não me esqueça. Agora, acho que tenho de escrever a história do cavalo que o escritor deixou no tinteiro.

quinta-feira, 8 de março de 2012

POESIA & ETC NA EB23 ANTÓNIO SÉRGIO DO CACÉM



A EB23 António Sérgio é uma escola da qual já faço um poucochinho parte da mobília "poética".

Há anos que participo na notável Maratona de Poesia organizada com um empenho excepcional pela Professora Graciete com o apoio de outros colegas, auxiliares educativos e alunos que aderem a esta iniciativa de forma entusiástica.



Desta vez não foi a Maratona mas fomos trocar poesia e histórias.

Fico muito feliz quando o meu trabalho serve para ajudar os meninos a crescer olhando para o mundo com olhos diferentes, com asas mais fortes e mais doces.

Às vezes recebo prendas. Às vezes prendas muito invulgares como esta feita pela Professora Belmira Correia e pelos seus alunos. Bem hajam.


segunda-feira, 5 de março de 2012

LER AS ÁRVORES



“Aprendemos alfabetos e não sabemos ler as árvores.”

Erri de Luca, “Três cavalos”

sábado, 3 de março de 2012

COLÉGIO MILITAR - 209 ANOS


Faz hoje 209 anos o velho Colégio Militar onde passei 7 anos da minha vida. Dos 10 aos 17. De 1961 a 1968. Da Invasão da Índia e do começo da Guerra Colonial e do desvio do Santa Maria e do assalto ao Quartel de Beja , tudo acontecido em 1961, até 1968 o ano do esplendoroso Maio de Paris, dos Beatles, dos hippies, do Make Love not war, da grande explosão de criatividade juvenil um pouco por todo o mundo.

Foi um tempo que mexeu com todo o mundo e a que eu e os meus camaradas, íamos assistindo conforme a censura permitia, com os nossos olhos de peixes a nadar apertados dentro do pequeno aquário chamado Portugal.

Foi um tempo em que passei de menino a rapaz, pré-adulto. Em que descobri também a festa que é a poesia e em que aprendi o valor incontornável de palavras como: dignidade, camaradagem e liberdade.

Há quem critique muito o sistema de ensino do Colégio Militar. Não vou aqui discutir a questão. Mas gostava de lembrar alguns dos que por lá passaram e que são pelo menos um emblema que atravessa décadas e décadas de uma das mais antigas instituições portuguesas.

E cá vai meia dúzia: Abel Botelho (romancista), Raúl Ferrão (autor do "Coimbra" e do "Lisboa não sejas francesa" entre centenas de canções), Júlio Dantas, Tomás Alcaide, António Sérgio, Francisco Costa Gomes, Eduardo Lourenço, Artur Semedo, Rão Kyao...

E muitos mais poderia citar. Mas fico-me por duas fotografias desse tempo em que fui jovem num país velho que depois rejuvenesceu e agora anda meio taralhouco a bater com a cabeça nas paredes. Mas isto tem remédio. Lá chegaremos.