Em 1973, no 1º Acto Clube de Teatro em Algés formou-se um grupo de teatro muito, muito especial e particularmente delirante chamado “LÍDIA A MULHER TATUADA E OS SEUS ACTORES AMESTRADOS”.
Os fundadores eram o Carlos Manuel Rodrigues, o Carlos Cabral, a Maria de S. José lapa, a Clara Joana, este que se assina, José Fanha, e o Luís Fernando Machado. faziam parte do grupo autores, actores, alguns que nem por isso, namoradas várias, amigos fixes e diversos ocasionais.
Ainda em 73 fizemos um memorável espectáculo intitulado “Aventuras de Zé Pateta o bom cidadão nos entrefolhos do Treme-Treme”.
O Grupo sofreu as crises que sofrem todos os grupos. Saíram uns, entraram outros. Entre os que entraram estava o Vítor Valente que mais tarde viria a fundar o Realejo no Porto.
O segundo e último espectáculo julgo que se estreou antes do 25 de Abril de 74 e foi apresentado nos primeiros meses da festa inquieta e maravilhosa que se lhe seguiu. Chamava-se: “Zé do Telhado – 150 anos de amor e aventuras”.
A “Lídia” foi talvez uma experiência única no teatro português. O caos era total e, apesar disso ou talvez por causa disso, fazia-se um teatro profundamente inquieto e vivo.
As influências vinham de tudo e de todos, desde a revista até ao Grand Guignol, de Jarry ao “Bread and Puppet”, dos Marx Brothers ao “Living Theatre” ao teatro mexicano de guerrilha. Tudo o que calhava. Rasgavam-se todas as composturas e convenções e a festa era garantida. Quem o fazia divertia-se à bruta. Quem o via, diz-se, divertia-se ainda mais.
Ficam aqui duas fotografias do Verão de 74.
Boa tarde!
ResponderEliminarSou aluna de doutoramento em história, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, desenvolvendo uma tese acerca do teatro no Porto entre 1910-1974, e cruzei-me com este espetáculo na programação portuense. Estou bastante interessada na leitura deste texto, poderá dizer-me onde o posso encontrar? Após as pesquisas habituais (Porbase, Torre do Tombo, etc.) não consegui algum resultado! Desde já muito agradecida, Joana Moreira