quarta-feira, 18 de junho de 2008

A AMENDOEIRA

A AMENDOEIRA


Desce a nostalgia sobre os olhos da tarde
semeando véus de neblina
searas indistintas
sílabas cinzentas.

Só a amendoeira resiste
e diz:
a mim tu não me apagas
noite.

Não me seduzes com o canto
dos teus pássaros nocturnos.

Não me contaminas com as tuas sombras
e fantasmas.

Tenho o coração fechado a sete brancos.


José Fanha

(in "Tempo Azul")

5 comentários:

  1. Não é fácil resistir aos misteriosos encantos da noite . Talvez a amendoeira abra um pouco o coração e acabe por se entregar...
    Lindo o seu poema! Obrigada por o ter partilhado connosco.
    Beijos

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  2. "fechado a sete brancos". Os Poetas lembram-se de cada coisa!:)))

    Beijinho.

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  3. lindo!

    quem será a "amendoeira"!

    um sorriso :)

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  4. de um tempo azul que li e gostei

    deixei o coração abrir neste silêncio

    enquanto descia cada verso da sua poesia


    a nostalgia correu a manhã sem cor,
    mas paredes só os movimentos das mãos eram sombras cruzadas e finitas.

    o canto era o do pássaro madrugador...


    escutei o som das suas palavras

    saciei-me no seu belo poema

    adorei de ter estado consigo, querido Poeta

    fica a ternura do meu abraço


    lena

    lena

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  5. Pegando em palavras dos outros comentários, quem sabe se o coração fechado a sete brancos não se abre um dia, se até o túmulo de Cristo conseguiu ser aberto?

    Mais um bonito poema!

    Um beijo

    Rita

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