na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. Mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.
José Luís Peixoto
Sempre que oiço alguém dizer este poema, sempre que leio este poema fico com pele de galinha, o coração quase que pára.
ResponderEliminarEste poema mexe mesmo com o nossos sentimentos e emoções!
ResponderEliminarFicamos rendidos a ele...
Beijos,
Fico arrepiada com este José Luís Peixoto. Na verdade acho que tudo o que ele escreve me arrepia. É intenso.
ResponderEliminarObrigada.
Beijos
Poema notável que nos remete para a solidão, perda e o luto. A ausência e a morte física é o outro lado íntimo da memória afectiva intemporal.
ResponderEliminarImpossível alguém ficar indiferente a este poema, assim como, sou incapaz de ficar indiferente a alguns de "A Casa, a Escuridão".
ResponderEliminarAbraço
Rita