O Ary da ternura.
JOSÉ CARLOS ARY DOS SANTOS (1937 - 1984)
AUTO-RETRATO
Poeta é certo mas de cetineta
fulgurante de mais para alguns olhos
bom artesão na arte da proveta
narciso de lombardas e repolhos.
Cozido à portuguesa mais as carnes
suculentas da auto-importância
com toicinho e talento ambas partes
do meu caldo entornado na infância.
Nos olhos uma folha de hortelã
que é verde como a esperança que amanhã
amanheça de vez a desventura.
Poeta de combate disparate
palavrão de machão no escaparate
porém morrendo aos poucos de ternura.
Em curiosa sintonia, é este mesmo que vai sair lá, às zero horas...
ResponderEliminar... e também a voz, noutro...
Beijos
Também saíu no meu blogue, à 1/2 noite, com Cavalo à Solta na voz do Fernando Tordo.
ResponderEliminarBjs