sexta-feira, 15 de maio de 2009
TER E LER
Pergunto a um grupo de meninos numa escola do 1º Ciclo quem é que já leu "A Ilha do Tesouro".
Vários meninos levantam o dedo. Alguns dizem que TÊM O LIVRO, outros dizem que LERAM O LIVRO.
Passaram-me dezenas de comentários possíveis pela cabeça, dos mais negativos aos mais amáveis. Resolvi, no entanto, resumi-los na ideia de que a leitura deve ser um processo teimoso que nos leve a encontrarmo-nos a nós próprios no interior das palavras de outros e que estabeleça um pouco de luz sobre a nossa tão imperfeita humanidade.
Por isso, em última instância, TER soa-me a pouco. Tem-se um gira-discos, uma vassoura, um micro-ondas. Um livro não tem valor se não for utilizado. O texto, se calhar, nem sequer existe se não for lido.
Apetece-me dizer aos pais que não é preciso darem livros aos filhos. Basta levá-los pela mão através do bosque da leitura. Com um livro na mão, claro, mas sobretudo com as palavras no coração.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarÉ assim mesmo.
ResponderEliminarTanto que tenho ainda para ler, e já tão pouco tempo para o fazer...
Beijos, ainda de Abril, em Maio
(o comentário anterior era meu, mas tinha uma gralha danada...)
Tantos livros que há por aí... tidos mas não lidos! :-)
ResponderEliminarAbraço
Ai que prazer
ResponderEliminarler um livro para o ter
lido
e poder
ter
sentido
dizer
que é meu
esse livro.
Certas palavras não fazem sentido se não forem conjugadas com admiráveis acções nossas.
ResponderEliminarÉ fascinante ir a bibliotecas, onde o ar é replecto de um aroma que não se vê nas ruas, nos centros comerciais, nem mesmo em casa. Ler não é ter. É fazer uso do mais precioso que temos na vida... a PALAVRA!
Um Abraço de uma aluna de Penafirme e muitos parabés, pois admiro muito o seu trabalho, como escritor e como pessoa =)