domingo, 27 de setembro de 2009

A CULTURA HOJE NÃO VAI A VOTOS

Durante a campanha, acerca dos assuntos da cultura, os patidos políticos tiveram a dizer: NADA!

Tambem por isso...

A CULTURA HOJE NÃO VAI A VOTOS.

Continua nalgumas formas mais ou menos públicas de clandestinidade.

Continua a ver com indignação os lobbies do costume. E a iliteracia das nossas elites dirigentes. E o estrondo pequenino das inaugurações que não fazem filhos a ninguém. E os subsídios dados aos amigos e às primas. E o olhar guloso e alarve dos que querem fazer da cultura mais um pacote de margarina na incompetência obscura e oblíqua das regras de mercado.

A CULTURA HOJE NÃO VAI A VOTOS.

Continua na voz dos poetas, na teimosia dos actores, na oficina dos pintores, no voo dos bailarinos.

Continua nos que lutam pela leitura, pela educação visual, pelo desejo incontornável de dar asas aos meninos e aos homens e mulheres que ainda não se deixaram transformar em pacotes descartáveis.

A CULTURA HOJE NÃO VAI A VOTOS.

Continua a lutar diariamente pela claridade e pela luz contra ventos e marés, contra o ultra-liberalismos e as respectivas corrupções, contra escândalos e favores, contra a miséria cor-de-rosa dos media.

Continua a procurar devolver à pátria o seu rosto luminoso que tornou possível a obra de Gil Vicente, Camões, Bocage, Camilo, Antero, Cesário, Pessoa, Sophia, Eugénio, Torga, Aquilino, O'Neill, Cardoso Pires, Stau e tantos, tantos tantos mais que não mereciam a desgraça de ver a maioria desta classe dirigente que nos cabe, tenha ela a cor que tiver.

Eu vou vtar, ganhei orgulhosamente esses direito. Mas... A Cultura está fora das escolhas que teremos de fazer.

A CULTURA HOJE NÃO VAI A VOTOS.

Já ganhou porque trabalha e sofre e canta!

2 comentários:

  1. Meu Forte Amigo!
    A Cultura Nunca pode nem deve ir a votos. É nossa e de quem n'apanhar. ELES continuam é a não saber que é nossa e que nós todos, portugueses, continuamos a construí-la e a amá-la.
    Beijos

    ResponderEliminar
  2. Obrigado José Fanha, a quem me habituei a ler e a ouvir desde a minha juventude e que por sorte minha no dia 1 de outubro na Vila Alda, me ouviu a mim. Eu a ser ouvida por um GIGANTE das letras e das artes e da luta por um pais de cultura. Um beijo e deixo-lhe este pequeno sentir que lhe dedico com ternura.

    Gritos de luta
    Me morrem
    Na boca e no olhar
    As vezes…
    Ai as vezes
    Estou quase a naufragar.
    Apetece-me gritar
    Que não somos feitos de utopia
    Esmagar a “incultura”
    Quase me apetecia,
    Mas de tão pequena
    De nada vale a pena.
    Mas…
    E se nos juntássemos??!!
    Aí, aí sim seriamos grandes
    No tamanho de gigantes
    Mas não como o Adamastor
    Que não passou de Lenda
    Para amedrontar
    O conquistador.

    Vamos ser grandes
    Conquistar o meu País
    Fazer cultura
    A ver se eu assim
    Me sinto mais feliz.

    Anunciação Esteves

    ResponderEliminar