Ainda o 1º Encontro nacional de Dezedores de Poesia. Imagens da última sessão em que todos dissemos poesia de Vitorino Nemésio, poeta açoriano e natural da Praia da Vitória onde decorreu justamente o encontro.
(Judite Parreira, dezedora açoriana, e este que se assina)
(O Pedro Lamares, o Luís Lucas, a Maria do Céu Guerra, o Gonçalo Oliveira)
Faltam nestas fotografias os outros participantes que foram os poetas Marcolino Candeias e Álamo de Oliveira, a actriz S. José Lapa, o actor Rui Sprangler e a dra. Maria Barroso que nos deixou a todos rendidos pelo seu brilhantismo, pela sua simplicidade e encanto, pela arte de dizer que, em tempos idos, fez com que fosse expulsa do teatro nacional e perseguida pela PIDE em diversas circunstâncias.
Para acabar, fica um belíssimo poema de Vitorino nemésio.
VITORINO NEMÉSIO (1901-1978)
VERBO E EQUÍVOCO
Chamo verbo ao equívoco falado
Que em tábuas decorei de tempo e modo,
Mas o Verbo é unívoco e sagrado,
Junto a Deus, mesmo Deus, único e todo.
Lá do sempre arrancando e nunca nado,
O eterno abarca o mundo e a vida a rodo:
É no que foi e no devir, tornado
Por amor novo Adão, limpo de todo.
Desse Verbo de que falo, mal declino
O caso do meu nome, nele divino;
Anónimo, sem ele, vagueio mudo:
Mas, chamem-no os vestígios da parábola,
E brilho como a pérola da fábula,
Homem, menos que nada e mais que tudo.
É bom vibrar com a poesia e trazer à memória a Maria Barroso como entusiasmante dezedora, tal como José Fanha e muitos mais, onde a palavra liberdade estava interdita mas a metáfora vencia o lápiz azul.
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