domingo, 17 de abril de 2011

O NOSSO AMIGO CHARLOT



Fez ontem 122 anos que nasceu Charlie Chaplin. Sobre a sua vida qualquer um pode pesquisar na Net, nomeadamente as acusações de comunismo que lhe fizeram nos EUA do Macarthismo e que o levou a exilar-se em Inglaterra.

Gostava apenas de relembrar essa figura única, comovento, genial, que ele criou: o Charlot.

Um pobretanas, esfomeado, desastrado e espertalhote, que à custa de mil e uma peripécias consegue livrar-se de polícias e pôr em causa o capitalismo que no auge dos seus filmes estava justamente na famosa crise de 1929.

Esquecemo-nos do Charlot. Desapareceu da televisão e do cinema. Muitos dos nossos meninos nunca viram um filme do Charlot, não riram nem choraram com ele, não aprenderam com ele a tropeçar nos primeiros degraus da amável, terrível e complexa condição da Humanidade




Talvez a condição pós-moderna tenha dificuldade em lidar com tamanha grandeza, tão clara mensagem e tamanha simplicidade.

Talvez os políticos e os economistas que têm andado a dar cabo deste mundo se dêm mal com as fintas do Charlot.

Penso que devemos voltar a fazer junto dos nossos meninos uma pedagogia baseada nesta claridade que hoje nos pode voltar a iluminar muito.



Cá para mim o Charlot foi o meu primeiro herói. E continua a ser. Talvez o maior herói de sempre. Aquele que não precisa de armas, nem fatos, nem poderes especiais, mas apenas da sua delicosa inteligência, do seu humor, da sua capacidade de nos emocionar, da sua fantástica condição de ser humano que se recusa a deixar-se vencer pelos poderosos e se mantém sempre e sempre como um homem digno e solidário.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Concordo! Os economistas têm de saber de números e de palavras, de contas mas sobretudo de humanidade e sustentabilidade.

    José Luis Sampedro Sáez
    http://www.dailymotion.com/video/xf7ulz_este-sistema-se-acaba-jose-luis-sam_webcam

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  3. Verdade.
    Os miúdos agora divertem-se em jogos de computador e de consola a abater tudo o que mexa...
    Deveriam conhecer Charlot. Mas não sei se um Charlot com problemas mundanos os atrairá mais do que o poder da consola...

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