DIA 2 DE MARÇO, 18H00, NA SPA
Na minha vida tenho tido a sorte e o atrevimento necessário para me cruzar e tornar amigo de pessoas pelas quais nutro grande admiração e simpatia, pessoas de quem me tornei parceiro de causas diversas, de letras, de palcos, de sonhos, sei lá.
Cruzei-me muito com gente dos jornais, da literatura, do teatro e do cinema, da noite e da boémia lisboeta.
Um deles foi o Duda Guennes. Amigo companheiro de escritas, de rebeldias e de ideais. Brasileiro a estabelecer a ponte entre a liberdade de cá e de lá. Jornalista de "A BOLA" onde publicava há cerca de 30 anos a coluna "MEU BRASIL BRASILEIRO".
Era ainda do tempo em que a imprensa desportiva tinha uma qualidade invejável. Sobretudo "A BOLA" por onde andavam o Pinhão, o Víctor Santos, o Homero Serpa... Gente de alto coturno que levava a profissão muito a sério.
Tenho saudade das conversas escaganifobéticas, desarrumadas, deliciosas, que tinha com o Duda quando calhava encontrá-lo.
E lembro as notícias notáveis que nos trazia do Brasil a propósito do futebol.
Aqui vai uma:
"Um dirigente do Botafogo censurava o jogador chamando-o de boémio por suas constantes incursões nas noites cariocas. Garrincha negava mas o dirigente insistia na acusação:
- Você já foi visto várias vezes em boates e quem frequente boates é boémio.
- Por isso, não - defendia-se o Mané Garrincha - O senhor também já foi visto várias vezes em velório e não é defunto."
O Duda foi-se embora em Setembro passado e os que têm saudades dele vão lembrá-lo e homenageá-lo e relembrar alguns dos seus textos no próximo dia 2, às 18h00 na SPA.
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