segunda-feira, 23 de abril de 2012

OUTRA VEZ!




Uma vida fica - quase - justificada quando se pôde viver integralmente, um momento único como foi o 25 de Abril.

O problema é que estes não são momentos que se vivam e pronto, já passou, adeuzinho, vamos ao resto.

Estes momentos deixam promessas, sementes, sonhos por despoletar.


Isso é que é o pior. Ou melhor, isso é que é o melhor. Mas quando as promessas não se cumprem, quando as sementes não germinam, quando os sonhos não explodem, aí a coisa torna-se amarga. Muito amarga mesmo.

Mais amarga ainda quando, vemos há anos esta gente tão pequenina a roer o sonho, a construir extraordinários naufrágios, a abotoar-se com a talha dourada da fé de ser português, a gente que gere esta nova ditadura sem rosto.

Bom mesmo era dizer como os meninos pequenos quando uma história chega ao fim: OUTRA VEZ! OUTRA VEZ! OUTRA VEZ!

Fica-me o sonho de que esses meninos cresçam e em vez de dizerem apenas: "Outra VEZ!", façam

OUTRA VEZ ABRIL! OUTRA VEZ! OUTRA VEZ!


Nesse dia eu vou estar ao lado deles. Na rua. Claro. Só espero que não demorem muito.

2 comentários:

  1. E se acontecer outra vez, lá estarei eu de bengala, a impedir que haja alguma fragata reaccionaria que dispare sobre os revoltosos do Terreiro de Paço.
    Enquanto tal não acontece irei ao lançamento do livro da minha amiga Ana Paula Lavado :"MENTES PREVERSAS...E OUTRAS CONVERSAS"...
    Um abraço

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  2. Ó José Fanha! Que bem escrito! Fiquei comovida... Foi inesquecível! Germinaram sonhos... Eu também quero "Outra vez"!...

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