terça-feira, 5 de agosto de 2008
JOSÉ CARLOS GONZÁLEZ (1937-2000)
José Carlos González
Filho de pais galegos imigrados, nasceu em Lisboa e viveu vários anos exilado em Paris, regressando em 1974. Morreu em Kerlaz, na Bretanha, seu local de residência após a aposentação.
Poeta, de origem galega, de raiz surrealista, e nunca fazendo "tábua rasa" dessa experiência, como nos explica João Rui de Sousa, "o seu discurso foi sendo contaminado pela alusão aos factos comuns do dia a dia, com predomínio notório do flash citadino".
Estudou Direito em Lisboa e Românicas e Ciências Políticas na Sorbonne em Paris. Escritor e tradutor, foi técnico da Biblioteca Nacional, onde teve a seu cargo os espólios de Raul Brandão e de Vitorino Nemésio e Raul Proença. Organizou, prefaciou e anotou as obras António Sérgio – Correspondência para Raul Proença (1987). Traduziu obras de Albert Camus, André Malraux, Marguerite Duras e Julien Green, entre outros. Colaborou em vários jornais e revistas.
Um dia, lá por 84, escreveu-me uma carta a dizer que eu tinha copiado o título de um seu livro intitulado "Cantigas de mar e ar". O meu livrinho chamava-se "Cantigas de marear". Eslarecido o equívoco, trocámos mais uma ou duas cartas amáveis. Cruzámo-nos depois algures e trocámos um abraço de amizade que, infelizmente, não teve mais ocasião para se consolidar.
Gosoto muito do tom algo insubordinado de alguns dos seus poemas.
do pouco que sei, gosto (muito)da cultura Galega. Obrigada por divulgar também este poeta (bem interessante o vosso episódio!mostrou 2 "bueníssimos" corações...)
ResponderEliminarfique bem
boa semana
um grande sorriso :)
Também gostei de conhecer este poeta e o seu percurso. E a pequena "história" que relata é mesmo deliciosa.
ResponderEliminarMil sorrisos :)
Conheci o José Carlos Gonzalez nos princípios dos anos 60, na tertúlia do Café Portugal (ou Restauração, já não me lembro bem) na Rua 1º de Dezembro - ao Rossio.
ResponderEliminarTenho um livro que ele me ofereceu (eu ofereci-lhe um, meu) creio que chamado Viagem através duma Nebulosa.
A ultima vez que o vi foi em Lagos, onde ia com alguma regularidade, por ter vários amigos (o saudoso Joaquim Bravo - pintor, por exemplo e o Zé Rijo que o meu amigo deve ter conhecido, talvez no Barimbar). Já vivia em França, onde faleceu. Era bom amigo e excelente poeta.
Um abraço
Cara Mariam,
ResponderEliminarO Zé Carlos González era de origem galega mas a sua vivência e a sua cultura eram totalmente portuguesas.
Beijos,
JFanha
Caro Vieira Calado,
ResponderEliminarConheci muito bem o Zé Rijo. Era muito amigo do irmão dele e sobrinho, Joaquim.
Tinha eu, quê? 16 anos... 17... Fui com o sobrinho dele recebê-lo a sua casa nos Olivais à chegada da prisão de Peniche. Se não estou em erro levámos-lhe o livro vermelho de Mao. Foi lá por 67.. 68...
Fomos amigos. Andei pelo Barimbar. Às vezes ficava em casa dele quando ia a Lagos. Foi lá que descobri e me apaixonei por um disco de um tal... Chet Baker... Que é hoje dos músicos que não dispenso.
Histórias das nossas vidas que se cruzam às vezes sem o sabermos.
Um grande abraço fraterno,
JFanha