Outro poeta. Poeta das formas, da pintura, da escultura, do ferro. Sobretudo, outro grande amigo.
Conhecemo-nos por volta de 69 no meio das lutas estudantis, RIAS, grupos de teatro universitário, sessões culturais, sei lá que mais.
O Júlio andava com a malta de Medicina que se juntara ao grupo de Teatro de Direito, encenado pelo argentino Adolfo Gutkin (que expulso do país pela PIDE e que para cá veio viver depois do 25 de Abril).
Eu era de Arquitectura e andava no Gupo de Teatro do Técnico.
O Júlio tinha uma casa em S. Domingos de Benfica. Porta aberta, casa livre, disponível a todas as artes e a todos os convívios, a todos os sonhos.
Sempre foi um espíriro inquieto, o Júlio. Ligou-se a inúmeros projectos culturais e cívicos. Escreveu poesia. Tornou-se médico psiquiatra. Andou pelo tango. E um dia, resolveu pintar, primeiro,e, depois, fazer escultura em ferro.
Da produção intensa pode ver-se aqui um bocadinho e mostra que um homem, como diz o Fernando Assis Pacheco, "tem de viver com um pé na Primavera".
Ao longo destes 39 anos acompanhámo-nos sempre. Mais perto ou mais longe. Agora, nesta idade madura, cada vez mais perto.
É bom ter amigos destes com quem as memórias não pesam para trás. Pelo contrário. Puxam sempre para a frente. Para o lado dos sonhos e das utopias que é o país onde sempre quisemos viver.
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2 comentários:
Ter o prazer de partilhar afectos e ideias com o José Fanha, foi sempre um privilégio, uma fonte de Luz, deslumbramento e admiração ( pela pessoa e pelo poeta).Para quem vem da província e chega a Lisboa em 1969, os amigos construidos são o prolongamento da família ausente onde a amizade nos transcende, nos torna melhores na forja da vida. Obrigado muito querido amigo José Fanha!
Quer espreitar o projecto do meu novo "profile"?
Muito obrigada, mais uma vez.
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