domingo, 6 de março de 2011
CONTAR FILMES
Sempre vivi com as emoções às costas.
Quando leio um livro ou vejo um filme de que gosto muito tenho de o impingir a toda a gante. É mais forte do que eu. Se quiserem, de forma poética, direi que é uma ínapelável pulsão de partilha das emoções.
Alguns dos meus amigos já me pediram várias vezes para não lhes contar os filmes. Depois vão vê-los e acham-lhes muito menos graça...
Eu gosto tanto de contar como gosto que me contem filmes ou livros. Porque quase sempre vou ver outra coisa, de outro ângulo, ovou ver outro filme, o meu filme, que não fica magoado se me contarem o filme que cada um viu dentro daquele que eu vou ver.
Por isso, o título deste livro agarrou-me imediatamente. Esta é das minhas!
Ainda por cima, Hernán Rivera Letelier é um dos meus autores favoritos. Ex-mineiro nas minas do salitre no deserto de Atacama, Letelier fala-nos dos pobres, dos mais pobres, da vida duríssima da gente do deserto. E apesar dessa dureza, a sua escrita é doce e amável e quando acabo de ler os seus livros fico sempre a sentir-me mais carregado da mais funda humanidade que as palavras podem trazer-nos. Atrevam-se a descobri-lo meus amigos.
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