segunda-feira, 28 de junho de 2010
CAMARADA
Há canções que nos acompanham pela vida. Ficam a ressoar. Adormecem. Reaparecem aqui e ali, trazendo um gosto doce peito. É o caso desta que traz uma palavra muito especial.
Há palavras que se gastam e perdem o sentido. Foram tantas as que já vi desapossadas da sua verdade. Uma delas é esta: Camarada. Vem de um tempo antigo e belo, o tempo da plena solidariedade. É uma palavra muito bonita, camarada...
C'est un joli nom Camarade
C'est un joli nom tu sais
Qui marie cerise et grenade
Aux cent fleurs du mois de mai
Pendant des années Camarade
Pendant des années tu sais
Avec ton seul nom comme aubade
Les lèvres s'épanouissaient
Camarade Camarade
C'est un nom terrible Camarade
C'est un nom terrible à dire
Quand, le temps d'une mascarade
Il ne fait plus que frémir
Que venez-vous faire Camarade
Que venez-vous faire ici
Ce fut à cinq heures dans Prague
Que le mois d'août s'obscurcit
Camarade Camarade
C'est un joli nom Camarade
C'est un joli nom tu sais
Dans mon cœur battant la chamade
Pour qu'il revive à jamais
Se marient cerise et grenade
Aux cent fleurs du mois de mai
sábado, 26 de junho de 2010
INÊS MASSANO
quinta-feira, 24 de junho de 2010
HISTÓRIAS PARTILHADAS

Dia da Criança, no Instituto D. João V, no Louriçal.
E um concurso: Histórias partilhadas.
Histórias Partilhadas teve como ponto de partida o primeiro capítulo
do meu livro “A Porta”.
A partir daí alunos de dez escolas do Primeiro Ciclo ( Almagreira, Louriçal, Outeiro do Louriçal, Casal da Rola, Torneira, Moita do Boi, Barbas Novas, Reguengo, Assanha da Paz e Vinha da Rainha) continuaram a história que a turma A, do quinto
ano, da escola anfitriã, encerrou.
A ideia foi dos professores: Adélia Figueiredo, Dulcina Sintra e José Gaspar, para despertar nas crianças o gosto pela escrita.

Foi emocionante contactar com todos os envolvidos neste concurso e senti-me muito orgulhoso por ver que o meu trabalho pode ser útil e ajudar à promoção do livro, da leitura e da escrita.

terça-feira, 22 de junho de 2010
HOJE ESTOU BEM...

Atravessei ou atravesso um ano de mortes. De alguns amigos entre os quais o grande amigo que foi, que é, que será sempre o João Aguiar,de companheiros das lutas do antes de Abril, do meu próprio irmão mais velho.
Vivi de longe a morte de José Saramago. Cruzei-me algumas vezes com ele. Nunca lhe fui próximo. Admirava-o muito como grande escritor que foi, que é.
Lamento muito a sua morte mas regozijo-me por ver que usou a idade de uma forma repleta de plenitude. Amando e sendo amado. Exercendo o direito a ter opiniões firmes e assumidas. Deixando uma obra que nos engrandece e perdurará, dando conta do nosso tempo aos que vierem muito depois.
Hoje encontrei uma outra velha companheira de luta dos anos 60. Estava quase irreconhecível.
"Como estás?"
"Hoje estou bem...", respondeu-me ela. "Mas daqui a dois dias talvez o céu me caia em cima da cabeça."
Abraçámo-nos. E eu queria tanto que o céu não lhe caísse em cima da cabeça. Tanto...
terça-feira, 15 de junho de 2010
NAS VOLTAS QUE A VIDA DÁ

Os amigos nascem ao sabor de momentos em que os laços dessa amizade e dos seus afectos nascem e se consolidam.
Depois vem o tempo que nos separa e nos atira daqui para ali e, da velha amizade, fica um fio de memória e, muitas vezes, aquele desejo sempre adiado que nos faz prometer e acreditar que um dia destes temos de nos reencontrar.
Estava em Mira quando me vieram dizer que ia inaugurar-se daí a pouco, na Biblioteca Municipal, uma exposição de pintura do meu amigo Mário Silva. Não o via desde os anos 7o, talvez, quando a arte e a vida dos portugueses andava de braço dado pela rua e e nenhuma crise era suficiente forte para nos coartar a capacidade de sonhar.
Fui dar um grande abraço ao Mário Silva. E aproveitámos para telefonar ao nosso comum amigo que é o Manuel Freire. E pronto. Foi bom revê-lo e disso aqui dou notícia e espero que os seus 80 anos permitam que nos reencontremos, pelo menos, daqui a mais 20 anos.
ANTÓNIO ALEIXO

O meu amigo José Teiga não desiste da sua velha paixão pelo teatro. Não desiste de juntar gente e de lhes transmitir aquele grão de inquietação que sempre foi seu timbre.
Aqui vai a estreia do trabalho que tem estado a pôr de pé com gente da Universidade Sénior de Loulé.
O texto é o "AUTO DO TI JAQUIM" do poeta António Aleixo.
E que bom que é revisitar este este poeta analfabeto e a sua voz insubmissa.
Vendedor de lotaria, não o deixavam entrar nos principais cafés de Loulé a não ser quando um "Senhor" o chamava.
Quem não se lembra daquela quadra com que mimoseou um advogado que achou que ele tinha uma cara que parecia de ladrão?
SEI QUE PAREÇO UM LADRÃO
MAS HÁ MUITOS QUE EU CONHEÇO
QUE NÃO PARECENDO O QUE SÃO
SÃO AQUILO QUE EU PAREÇO.
Agora, perto do café onde em tempos não podia entrar, está a estátua (de Mestre Lagoa Henriques) que o homenageia.
Mas a melhor homenagem que se lhe pode fazer é reler e relembrar os seus versos e os seus autos como faz o Zé Teiga.
sábado, 12 de junho de 2010
MOZART, NET E LEITURA

A minha amiga Bruxinha, magnífica contadora de histórias, que tem uma página sobre literatura para a infância no "Região de Leiria", enviou-me um inquérito em que surgia a pergunta que muita gente pode fazer: "
"Em que é que a net pode influenciar a leitura?"
Pensei, pensei, pensei e não encontrei resposta. Pelo contrário, pareceu-me que a questão se deveria pôr ao contrário:
"Em que é que a leitura pode ajudar a net?"
É que sem hábitos sólidos de leitura prévios, a utilização da net pode ser um logro e uma imensa inutilidade.
Há poucos dias, a Rosário, querida amiga e professora de uma EB23 do centro do país contou-me esta história exemplar passada consigo própria.
Por altura dos 250 anos do nascimento de Mozart, a professora Rosário pediu a um aluno para fazer uma biografia do grande compositor. Poucos dias depois, cheio de orgulho, o aluno apareceu com uma extensa biografia de Mozart encabeçada com o seu nome completo em magníficos carateres góticos: Wolfgang Amadeus Mozart.
A Rosário olhou para o trabalho e, guardando o espanto que o mesmo lhe provocou, pediu ao aluno que o lesse.
O jovem olhou para o trabalho, engasgou-se e não foi capaz de o ler, apercebendo-se apenas nesse momento que tinha copiado da net um documento em alemão.
É claro que se tratava de copy and paste. Ou seja, de corta e cola, a partir da net. Mas os seus hábitos provavelmente nulos de leitura levaram-no a copiar um documento sem sequer lhe ler a primeira página... Nem a primeira frase!
E aqui temos a prova de que o uso da a net pode ser de uma tremenda inutilidade. E o jovem que julga eventualmente que para ter o mundo aos seus pés (como lhe prometeram alguns políticos) lhe basta saber teclar, usar os programas e toda a parafernália informática, é, na verdade, um info-excluído apenas e tão só porque não tem nenhuns hábitos de leitura.

sexta-feira, 11 de junho de 2010
EB23 de AMARANTE

Esta é talvez a maior recompensa que um poeta pode ter: ver os seus versos transbordarem para os muros e as paredes e passarem a fazer parte do quotidiano de quem por eles passa.
Em tempos, um poema meu esteve nas paredes de um Centro de Saúde no Alentejo.~
Agora, numa escola do Minho.
Se calhar é o que dá ser português aqui...
Não tenho mpalavras para agradecer aos professores desta escola e em especial à professora Leonor.

quinta-feira, 10 de junho de 2010
quarta-feira, 9 de junho de 2010
EB23 de AMARANTE

É difíl explicar a forma extraordinária como fui recebido por todos nesta escola.
A simpatia, os cravos, o entusiasmo, o trabalho à volta dos meus livros... Tudo coordenado pela professora Leonor Moura, coordenadora da Biblioteca Escolar.
Sinto um imenso orgulho por ver que as coisas que escrevo servem para implementar o livro e a leitura. Só só um entre muitos que tentam mudar vos hábitos culturais deste país. E há mais gente a mexer do que daqui de Lisboa se possa pensar.

Um imenso pássaro Bisnau roubado às páginas das minhas histórias.

Um computador em que as teclas estavam vivas e iam contando a história do ALEX PONTO COM.

Por toda a parte a presença de trabalhos de várias disciplinas à volta da minha visita.
Um ambiente de festa, cor e alegria como talvez só seja possível no Minho.
terça-feira, 8 de junho de 2010
EB 123 do BOM SUCESSO, ALVERCA
Há escolas onde os problemas são muitos. Problemas que, em geral, vêm de fora das escolas. Nascem em situações de pobreza e desestruturação social e familiar. E nem sempre essas escolas dispõem de meios para fazerem frente aos graves problemas com que se deparam.
Vive-se muitas vezes e dramaticamente a falência do papel educativo das famílias. Algumas escolas vêem-se limitadas devido ao excesso de burocracia, ao delírio avaliativo, à obsessão com o cumprimento estrito e limitativo dos programas. Essas escolas têm muita dificuldade em implementar as estratégias que permitam trabalhar a educação dos jovens que vai da postura física ao inter-relacionamento, passando em primeiríssimo lugar pela linguagem e pela palavra.
Outras escolas, como esta, encontram na promoção do livro e da leitura uma forma fundamental para abrir outros caminhos aos jovens. Caminhos de educação, de reflexão, de magia, de leitura. A Biblioteca dirigida pela Professora Conceição Gregório é um lugar de afectos e crescimento equlibrado onde eu me senti como se estivesse em casa.
É em escolas como esta que um escritor cai que nem ginja em cima do bolo.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
EB1 de ESPINHO nº 3

Gosto de ser criança e brincar com palavras como uma criança, e inventar histórias fantásticas para dar asas às crianças.
Aqui foi com as crianças da EB1 de Espinho nº 3.

Frente ao painel da POESIA da sala da professora Aná Correia que faz da poesia uma das grandes vertentes do seu trabalho de educadora.
Bem haja, minha amiga. O futuro é dos poetas. Digo eu. Os outros têm falhado tanto...

sábado, 5 de junho de 2010
CANÇÃO PARA AS MINHAS FILHAS
CANÇÃO PARA AS MINHAS FILHAS
À Sara e à Matilde
Como sereis minhas filhas
quando o meu poema terminar?
Como sereis
agora mesmo
daqui a 5 minutos
5 anos
uma medida qualquer
impalpável
dessas que vestem o tempo
como se o tempo pudesse ser vestido?
Como sereis então
nesse tempo que eu não sei dizer?
Mais claras? Mais azuis? Mais aves?
Tereis já uma ruga pousada junto à boca
e o cântaro da água entornado no olhar?
Que sol trará a luz às vossas mãos?
Que sal tomará conta da música do corpo?
Quem vos cantará
quando eu fechar a casa dos meus versos?
Viverá nos vossos dedos o estilete
o aparo
o bico de carvão
com que sobre o mar se escreve
o desejo de ser livre?
Haverá uma canção que venha em vós
romper a noite
e instaurar a transparência do ar?
Sede espertas e vivas, filhas minhas!
Não deixeis que vos roubem
a alegria do abraço.
Não vos torneis funcionárias!
Cantai!
Sede ciganas
e levai a pátria atrás de vós
na carroça dos mais belos sonhos
que o vosso peito engendrar!
Entrai pelas florestas e tocai em cada tronco
para que ele
de folha em folha:
vos reconheça e diga:
estas são nossas irmãs! Vamos dançar!
Amai como quem cavalga o vento!
Sede mágicas e grandes por dentro do coração!
Não deixeis que injustiça ou mesquinhez
façam ninho à vossa porta.
Ensinai os vossos filhos
a ser pedras
oceanos
a ser sábios.
Ensinai-lhes os caminhos da bondade
e fazei-los sorrir em cada esquina.
E por fim
queridas filhas
se para tanto chegar
o lado mais claro do meu nome a arder
levai-o em vossas mãos
e deixai-o junto ao mar
para que as ondas o tornem
num barco feliz
eternamente a navegar.
(Poema iédito do livro a publicar "Cancioneiro Feliz")
À Sara e à Matilde
Como sereis minhas filhas
quando o meu poema terminar?
Como sereis
agora mesmo
daqui a 5 minutos
5 anos
uma medida qualquer
impalpável
dessas que vestem o tempo
como se o tempo pudesse ser vestido?
Como sereis então
nesse tempo que eu não sei dizer?
Mais claras? Mais azuis? Mais aves?
Tereis já uma ruga pousada junto à boca
e o cântaro da água entornado no olhar?
Que sol trará a luz às vossas mãos?
Que sal tomará conta da música do corpo?
Quem vos cantará
quando eu fechar a casa dos meus versos?
Viverá nos vossos dedos o estilete
o aparo
o bico de carvão
com que sobre o mar se escreve
o desejo de ser livre?
Haverá uma canção que venha em vós
romper a noite
e instaurar a transparência do ar?
Sede espertas e vivas, filhas minhas!
Não deixeis que vos roubem
a alegria do abraço.
Não vos torneis funcionárias!
Cantai!
Sede ciganas
e levai a pátria atrás de vós
na carroça dos mais belos sonhos
que o vosso peito engendrar!
Entrai pelas florestas e tocai em cada tronco
para que ele
de folha em folha:
vos reconheça e diga:
estas são nossas irmãs! Vamos dançar!
Amai como quem cavalga o vento!
Sede mágicas e grandes por dentro do coração!
Não deixeis que injustiça ou mesquinhez
façam ninho à vossa porta.
Ensinai os vossos filhos
a ser pedras
oceanos
a ser sábios.
Ensinai-lhes os caminhos da bondade
e fazei-los sorrir em cada esquina.
E por fim
queridas filhas
se para tanto chegar
o lado mais claro do meu nome a arder
levai-o em vossas mãos
e deixai-o junto ao mar
para que as ondas o tornem
num barco feliz
eternamente a navegar.
(Poema iédito do livro a publicar "Cancioneiro Feliz")
quinta-feira, 3 de junho de 2010
JOÃO AGUIAR
terça-feira, 1 de junho de 2010
UMA NOVA BIBLIOTECA
Uma nova Biblioteca é sempre uma festa. Uma porta aberta para muitas viagens e sonhos, para o acesso a mais conhecimento. Uma biblioteca é sempre uma estrada para o futuro.
A Escola Mestre Domingos Saraiva, situada numa zona difícil, no Algueirão, tem posto de pé um projecto de escola muito forte, com uma séria relação com a comunidade e o desenvolvimento de actividades notáveis como é o caso de uma orquestra de 60 alunos.
Tenho colaborado amiúde com esta escola e tive a surpresa de me escolherem para patrono da sua biblioteca.
Foi uma festa muito bonita que me deixou... derretido e feliz mas apenas por ver que o meu nome pode ajudar a desenvolver e promover o livro e a leitura.

Ao calor humano, à alegria desta festa juntaram-se dois queridíssimos amigos: o Fernando Seara e o Carlos Alberto Moniz.

E eu aproveitei para estrear um poema dedicado às minhas filhas que publicarei no próximo post.
A Escola Mestre Domingos Saraiva, situada numa zona difícil, no Algueirão, tem posto de pé um projecto de escola muito forte, com uma séria relação com a comunidade e o desenvolvimento de actividades notáveis como é o caso de uma orquestra de 60 alunos.
Tenho colaborado amiúde com esta escola e tive a surpresa de me escolherem para patrono da sua biblioteca.
Foi uma festa muito bonita que me deixou... derretido e feliz mas apenas por ver que o meu nome pode ajudar a desenvolver e promover o livro e a leitura.

Ao calor humano, à alegria desta festa juntaram-se dois queridíssimos amigos: o Fernando Seara e o Carlos Alberto Moniz.

E eu aproveitei para estrear um poema dedicado às minhas filhas que publicarei no próximo post.

segunda-feira, 31 de maio de 2010
A SENHORA ALICE


Senhoras donas, por favor!
Cada país (cada língua, cada cultura) tem a sua maneira específica de se dirigir às pessoas. Mal passamos Vilar Formoso, logo toda a gente se trata por tu, que os espanhóis não são de etiquetas nem de salamaleques.
Mas nós não somos espanhóis.
Também não somos mexicanos, que se tratam por "Licenciado" Fulano. Nem alinhamos com os brasileiros, para quem toda a gente é "Doutor", seguido do nome próprio: Doutor Pedro, Doutor António, Doutor Wanderlei, etc..
Por cá, Doutor é seguido de apelido, e as mulheres, depois de passarem por aqueles brevíssimos segundos em que são tratadas por "Menina", passam de imediato-- sejam casadas, solteiras, viúvas ou amigadas, sejam velhas ou novas, gordas ou magras, feias ou bonitas, ricas ou pobres -à categoria de "Senhora Dona".
Mas parece que uns estranhos ventos sopraram pelas cabeças das gerações mais novas que fizeram o "dona" ir pelos ares ou ficar no tinteiro. Quando recebo daqueles telefonemas que me querem impingir tudo o que se inventou à face da terra-- desde "produtos" bancários que me garantem vida farta, até prémios que supostamente ganhei por coisas a que nunca concorri-sou logo tratada por "Senhora Alice." Respondo sempre: " trate-me por tu, se quiser; ou só pelo meu nome, se lhe apetecer; mas nunca por Senhora Alice".
Mas o cérebro destes pobrezinhos não foi formatado para encontrar resposta a estas coisas, e exclamam logo: "ah, então não é a Senhora Alice que está ao telefone!"
Eu sei que isto não é uma coisa importante, mas que é que querem, irrita-me quando oiço este tratamento dado às mulheres.
Tal como me irrita quando vejo/oiço um jornalista tratar por você alguém com o dobro da idade dele.
É uma questão de delicadeza. De respeito. E de saber falar português. Três coisas, admito, completamente fora de moda.
Pois qual não é o meu espanto quando, aqui há dias, na televisão, oiço o Senhor Primeiro Ministro referir-se assim à mulher (também odeio a palavra "esposa"?) do Comendador Manuel Violas. "A Senhora Celeste?." (não sei se é este o nome da senhora, mas adiante).
Fico parva. Nos cursos todos que tirou, ninguém lhe ensinou que as senhoras são todas "Senhoras Donas"?
Parafraseando livremente o nosso Augusto Gil,"que quem trabalha num call-center nos faça sofrer tormentos? enfim! Mas o Primeiro-Ministro, Senhor? Por que nos dás esta dor? Por que padecemos assim?"
domingo, 30 de maio de 2010
O SENHOR JOSÉ

"Qual é o seu nome?", perguntam-me vezes sem conta naqueles assaltos à mão armada via telemóvel que são executados por pobres tarefeiros em nome das telefónicas, dos canais de televisão, dos bancos, dos seguros, dos inquéritos e de um sem número de chatos militantes que nos ligam com conversas oblíquas para, regra geral, nos venderem alguma coisa que não queremos.
"Qual é o seu nome?"
Caí que nem um patinho já não sei quantas vezes, respondendo imediatamente: "José Manuel Krusse Fanha Vicente."
"Senhor José..." começa então o funcionário do outro lado do telefone. E aqui é que a coisa se entorna. Fico transido, revoltado, irritado. Eu não sou o sr. José. Não quero ser, recuso-me a ser o senhor José. Detesto as pessoas que me tratam por senhor José. Senhor José é certamente uma marca de pastilhas elásticas. Ou de margarina. Ou de detergente. Ou de....
Eu tenho um nome! Tenho até vários nomes que me podem diferenciar dos outros Josés.
Gosto muito de ser diferente! E gosto muito dos que me são diferentes, c ada qual com o nome que o distingue, que o caracteriza, que o indivuidualiza. Não quero é ser mais um José! Isso é que não, por favor!
terça-feira, 18 de maio de 2010
CONTRA UM CERTO TIPO DE INTERPRETAÇÃO
“A IMAGINAÇÃO É MAIS IMPORTANTE QUE O CONHECIMENTO. ENQUANTO QUE O CONHECIMENTO DEFINE TUDO O QUE NÓS SABEMOS E COMPREENDEMOS NO NOSSO DIA-A-DIA, A IMAGINAÇÃO APONTA PARA TUDO O QUE PODEMOS VIR A DESCOBRIR E CRIAR."
Isto disse Einstein. Em contraste está o texto que recebi e transcrevo abaixo, com as respectivas perguntas de interpretação feitas à maneira de alguns corriqueiros testes escolares da disciplina de português. Há um pequeno pormenor: o texto não faz nenhum sentido. No entanto, muitos alunos responderiam correctamente a esse sem sentido, utilizando a lógica a que eventualmente se habituaram para obter os resulatdos que lhes são pedidos.
Talvez não estejamos muito longe das respostas a perguntas de interpretação sobre, por exemplo, "OS Maias" de que apenas se leu um resumo de 10 páginas...
Aqui vai o texto. Vale a pena reflectir sobre ele e o que ele nos permite reflectir sobre a interpretação de um texto.
Plot ro yo pedrí el escritor en el catón. Socré un ban cote. El graso estaba cantamente linendo. No lo drinió.
Una Para jocia y un Pari joci estaban plinando a mi endidor.
Estaban gribblando atamente. Yo grotí al Pari y a la para fotnamente. No goffrieron nu platión. Na el in yo
no putre licrerlo. Yo lindrió vala.
Perguntas
Dónde pedrió el escritor Plot ro?
Drinió al graso?
Quién estaba plinando a su endidor?
Estaban gribblando atamente o sapamente?
Lindrió o no?
Isto disse Einstein. Em contraste está o texto que recebi e transcrevo abaixo, com as respectivas perguntas de interpretação feitas à maneira de alguns corriqueiros testes escolares da disciplina de português. Há um pequeno pormenor: o texto não faz nenhum sentido. No entanto, muitos alunos responderiam correctamente a esse sem sentido, utilizando a lógica a que eventualmente se habituaram para obter os resulatdos que lhes são pedidos.
Talvez não estejamos muito longe das respostas a perguntas de interpretação sobre, por exemplo, "OS Maias" de que apenas se leu um resumo de 10 páginas...
Aqui vai o texto. Vale a pena reflectir sobre ele e o que ele nos permite reflectir sobre a interpretação de um texto.
Plot ro yo pedrí el escritor en el catón. Socré un ban cote. El graso estaba cantamente linendo. No lo drinió.
Una Para jocia y un Pari joci estaban plinando a mi endidor.
Estaban gribblando atamente. Yo grotí al Pari y a la para fotnamente. No goffrieron nu platión. Na el in yo
no putre licrerlo. Yo lindrió vala.
Perguntas
Dónde pedrió el escritor Plot ro?
Drinió al graso?
Quién estaba plinando a su endidor?
Estaban gribblando atamente o sapamente?
Lindrió o no?
sexta-feira, 14 de maio de 2010
CARREGAL DO SAL
Visitar escolas plo país fora e levar-lhes poesia, histórias reais e inventadas, amor pela leitura,reflexão sobre os livros e a vida, tem sido uma experiência riquíssima que me faz saber que a grande maioria das escolas, dos estudantes e dos professores estão muito, mas muito longe da imagem que se propaga nos meios de comunicação de desestruturação, indisciplina e incompetência.
É claro que nem tudo são rosas. O excesso delirante de burocracia imposto durante o consulado da anterior ministra é extremamente prejudicial. mantêm-se os processos de avaliação tendentes a empacotar e baixar a qualidade pedagógica. O excesso de actividades (ditas AECs) no 1º Ciclo criam problemas graves de saturaçã, stress e redução das capacidades de aprendizagem.
Mas os professores têm sabido superar estes desmandos de quem manda e não conhece o chão que pisa. E um dos muitos casos que tenho conhecido de uma escola a funcionar muito bem é esta EB23 de Carregal do Sal. Deixei lá amigos do coração e espero lá regressar assim que possível.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
BARCELOS
EB23 Goçalo Nunes de Barcelos onde fui excepcionalmente recebido por jovens motivados, educadíssimos, curiosos, entusiasmados e professores apaixonados pelo seu trabalho e que fizeram deste encontro um momento excepcional. E, ainda por cima, coroado por muitos cravos.
O que é que se pode desejar mais?
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