quarta-feira, 7 de abril de 2010

CONTADORES DE HISTÓRIAS


Cristina Taquelim

Contar histórias é uma das mais antigas e saborosas actividades.

Cresci com as palavras e a voz que as comboiava no percurso doce ou acidentado de cada história.

Encontrei resposta e consolo para algumas das dores do meu peito relembrando as peripécias fantásticas que a minha avó ia fazendo acontecer à minha frente através do misterioso e mágico discorrer das palavras.

Ainda hoje a mão dela vem lá do longe do tempo para virar a página de cada livro em cuja leitura embarco.


António Fontinha

A vida moderna, entretanto, dispersa-nos por um sem número de tarefas vazias de sentido e maravilha.

Nos últimos anos a arte de contar histórias voltou a renascer. De outras maneiras, porventura. Noutros espaços. Inserindo-se no grande esforço silencioso que as Bibliotecas fazem para levar os portugueses a ler mais.

Tenho a honra de pertencer a um grupo de pessoas que se tornaram Contadores de Histórias e que atravessam o país a oferecer o seu doce veneno a quem o quiser receber.

E quem os conhece fica encantado e só tem um pedido a fazer: "Conta-me mais uma história!"


Ângelo Torres

Estes queridos amigos e companheiros precisam de ser conhecidos. Mais conhecidos do que são.

Alguns, profissionais chegados do mundo do Teatro ou da Animação Cultural. Contam as histórias antigas e tradicionais. Outros são escritores e contam as suas próprias histórias. Outros ainda amadores que contam pelo simples prazer de contar.

Uns contam histórias que vêm escritas nos livros. Outros apanham as histórias que o vento lhes deixa nas mãos.

Fazem rir, fazem tremer, falam de Príncipes e sapos, de anões e de feiticeiras, de coisas comezinhas e outras do arco-da-velha.

Cada qual saberá como se tornou contador de histórias. Não os conheço a todos. Mas quero beijar os olhos daqueles com quem me tenho cruzado.

2 comentários:

Isabel Preto disse...

Sim...os contadores de histórias parecem ter um dom ou um feitiço, lançado sabe-se lá por que fada...mas que encanta graúdos e miúdos.
Bem hajam.

Boa Memória disse...

Eu quero um dia pertencer a este grupo de contadores.
Contadores que eu conheço e que posso dizer que foram a minha inspiração.