Já aqui tenho falado desta bela poeta que é a minha amiga Licínia Quitério. Aqui vai um textinho que ela publicou no Facebook. E, já agora, para quem goste de poesia é indispensável vivitar o seu blog O SÍTIO DO POEMA
"Não, não está escuro. Caminha de olhos fechados. Não tenhas medo. Sente a terra debaixo dos pés. Vai em frente, devagar. Não abras os olhos ainda. Sim, cheira a água do rio. E a ervas também. Continua. O rio não está no teu caminho. Ouves? As rãs. Ouves? As cigarras. Não, não pares. Não abras os olhos. Não tenhas medo. É bom, não é? Quando eu disser, só quando eu disser, abre os olhos. Espera um pouco. Caminha devagar, assim. Agora! Abre os olhos!".
Foi quando a luz das estrelas iluminou o caminho, as árvores, a prata do rio. O escuro ficou lá atrás, nos olhos cegos de outras luzes. Ainda hoje, passada que foi a foz do rio, há uma voz no escuro a dizer: "Fecha os olhos. Vai em frente. Sente a terra." Depois é só esperar pela ordem: "Agora! Abre os olhos." E a luz das estrelas volta a iluminar a estrada, limpos os olhos da cegueira dos dias.
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3 comentários:
Gosto muito das palavras que a Licínia nos dá. Espero que esteja para breve um outro livro. Porque está a escrever ainda melhor!
Beijo.
Obrigada sempre, meu querido Amigo.
Um beijo.
Sou "seguidora" incondicional.
L.B.
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