segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

BOM ANO NOVO ATRASADO MAS SINCERO

Há coisas assim, Em forma de assim. Esta era a mensagem que eu queria ter enviado no dia 1. Ficou no tinteiro, mas cá vai, atrasada mas vai.

Para trazer de novo a Teresa Rita Lopes a dar notícia da luz dos seus olhos e da dança das palavras na ponta do seu lápis.

Poesia também é isto: dar notícias. Notícias de um perfume, de uma imagem, de uma mão, de um Ano que começa.

Bom Ano para todos

BOM ANO NOVO!


Muito quietinhos
e muito quentinhos
(os que têm com
que fazer calor)
os portuguesinhos
votam – coitadinhos!
por um Ano Novo
de paz e amor!

Até Dona Merckel
baixa o tom de voz
até à compaixão
pra falar de nós
na televisão.
Ela sabe bem
que no ano que vem
será o funeral
do jardim plantado
à beira do mar
- “pais adiado
à procura de vez”
dizia o O’Neill
poeta português
que lembrou também :
“Neste país em diminutivo
respeitinho é que é preciso!”

Só que nesse então
tínhamos o azar
de ter Salazar
.como nosso algoz.
Agora já não
mora cá na terra
o nosso patrão
mas tem cá um cão
por sinal feroz
que cuida de nós
isto é, um governo
com a vocação
de meter a mão
no bolso dos pobres
que dos ricos não!
A nossa nação
respeita o ladrão
de mais de um milhão!
Se for de um tostão
vai para a prisão.

Que ricos que somos
De rimas em –ão!
Nosso Portugal
nisso é campeão!
Pena que não sirvam
para exportação
que assim nossa crise
tinha solução!

Teresa Rita Lopes

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