Para o Mia Couto
.
Elefantemos portanto.
Deixemos esta precária pele
aprender outros saberes.
Deixemos
portantomente
o olhar do paquiderme
ensinar ao passarinho
as paisagens do deslumbre
das escritas mais antigas.
Permitamos que o vento sopre.
E que a pedra exista.
E que o sol dispare a sua fúria
Em todas as direcções.
E que a lua se entretenha
no seu jogo de brilhar.
Elefantemos portanto.
Ou,
melhor dizendo,
permitamos que um silêncio muito antigo
venha
carregado de silvos e sussurros
venha
conduzir-nos a palavra
pelas veredas impalpáveis
do mistério.
(em "Elogio dos peixes das pedras e dos simples", José Fanha)
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