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POEMAS DO ELÉCTRICO
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PARAGEM II
A cidade é imóvel e o eléctrico
avança alheio
pela preguiça amarela que o sustenta
Mas se chove,
cola-se-lhe o peso da cidade ao corpo
partilha velada de um movimento baço.
Idênticos a cidade e o eléctrico
no mesmo lento vagar molhado:
a água arrasta a calçada pelo carril
folhas e pombos pingam dos fios
e há sempre uma estátua ou outra
a escorrer no vidro
Rita Taborda Duarte
1 comentário:
Não conhecia.
Obrigada! :)
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