sábado, 24 de janeiro de 2009

QUANDO O TELEFONE TOCOU



(Foto 1998)


A minha participação no concurso da RTP "A VISITA DA CORNÉLIA" em 1977 e o sucesso desmedido que o concurso conheceu tiveram as mais inesperadas consequências na minha vida daí para a frente e até hoje, já lá vão quase 32 anos.

Uma dessas consequências, e certamente uma das mais importantes, foi a da colaboração com o João Lourenço e a Vera San Payo Lemos em cerca de sete peças de teatro, 1 ópera e dois musicais.

Tudo começou quando nos inícios de 1979 o telefone tocou. Era o joão Lourenço. Não o conhecia pessoalmente mas já o tinha visto vérias vezes como actor e tinha assistido a encenações suas.

O João disse-me de forma rápida e sem rodeios que me tinha visto na "Cornélia", que tinha gostado muito do que eu lá fizera e que tinha ficado com receio que a fama me tornasse numa personagem de revista cor-de-rosa e me levasse a fazer disparates e parvoíces. Entretanto passara-se um ano e não me tinha visto fazer disparates nem parvoíces e, por isso, gostava que eu trabalhasse com ele.

A nossa primeira colaboração foi na peça de Bertolt Brecht "BAAL". trata-se de um texto espantoso que levou quase 1 ano a retrabalhar para português. Para mim, foi uma escola fantástica no que diz respeito á carpintaria do texto teatral.

Foi, acima de tudo, o início de uma longa história de colaboração, de cumplicidade e, acima de tudo, de imensa amizade que me une fortemente a estes dois queridíssimos e talentosíssimos amigos que merecem ser lembrados e relembrados pelo extraordinário trabalho que têm feito no Teatro Aberto desde 1982.

3 comentários:

mariam [Maria Martins] disse...

José Fanha,

e foi desde esse programa que fiquei atenta a Si! "chiça", já 32 anos!

Parabéns por ser quem É.

um abraço e o meu sorriso :)
mariam

Licínia Quitério disse...

Se me lembro do BAAL. Naquela altura foi um murro no estômago.
32 anos?!!

Um beijinho.

Unknown disse...

Já antes do 25 de Abril conhecia a notável intervenção politico-cultutal do José Fanha, com a poesia. Mas foi de facto, com a Cornélia que a sua criatividade atingiu a população, devido à televisão.
Fernando