sábado, 12 de junho de 2010
MOZART, NET E LEITURA
A minha amiga Bruxinha, magnífica contadora de histórias, que tem uma página sobre literatura para a infância no "Região de Leiria", enviou-me um inquérito em que surgia a pergunta que muita gente pode fazer: "
"Em que é que a net pode influenciar a leitura?"
Pensei, pensei, pensei e não encontrei resposta. Pelo contrário, pareceu-me que a questão se deveria pôr ao contrário:
"Em que é que a leitura pode ajudar a net?"
É que sem hábitos sólidos de leitura prévios, a utilização da net pode ser um logro e uma imensa inutilidade.
Há poucos dias, a Rosário, querida amiga e professora de uma EB23 do centro do país contou-me esta história exemplar passada consigo própria.
Por altura dos 250 anos do nascimento de Mozart, a professora Rosário pediu a um aluno para fazer uma biografia do grande compositor. Poucos dias depois, cheio de orgulho, o aluno apareceu com uma extensa biografia de Mozart encabeçada com o seu nome completo em magníficos carateres góticos: Wolfgang Amadeus Mozart.
A Rosário olhou para o trabalho e, guardando o espanto que o mesmo lhe provocou, pediu ao aluno que o lesse.
O jovem olhou para o trabalho, engasgou-se e não foi capaz de o ler, apercebendo-se apenas nesse momento que tinha copiado da net um documento em alemão.
É claro que se tratava de copy and paste. Ou seja, de corta e cola, a partir da net. Mas os seus hábitos provavelmente nulos de leitura levaram-no a copiar um documento sem sequer lhe ler a primeira página... Nem a primeira frase!
E aqui temos a prova de que o uso da a net pode ser de uma tremenda inutilidade. E o jovem que julga eventualmente que para ter o mundo aos seus pés (como lhe prometeram alguns políticos) lhe basta saber teclar, usar os programas e toda a parafernália informática, é, na verdade, um info-excluído apenas e tão só porque não tem nenhuns hábitos de leitura.
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