sábado, 25 de outubro de 2008

DERIVAS E TRADUÇOES

Nas derivas por jornais, por livros e pela net vou encontrando aqui ou ali algum poema que me comove, algum poeta de quem me descubro, subitamente, irmão.

Encontrei há pouco tempo, nas páginas de um jornal, um poema do poeta granadino Luís García Montero que muito me comoveu. Pela sua claridade e limpeza, pela belíssima forma de falar dos filhos. Logo me senti da mesma família de Montero. Logo procurei traduzi-lo.

É claro que sei que traduzir poesia é uma forma de alterar o original, de o tomarmos para nós numa outra língua, numa outra música, numa outra rosa (como dizia Neruda).

Traduzir poesia é um exercício de humildade em que se procura recriar na nossa língua a voz que vem de outra paisagem sonora.

Talvez valha a pena. Espero que sim. Aqui vai com um abraço para o poeta que gostava de conhecer. Talvez um destes dias, quem sabe? Os poetas encontram-se aqui ou ali por razões mágicas e misteriosas. Ou, pelo menos, gosto de pensar que é assim.

3 comentários:

Nuno Meireles disse...

Caro José Fanha, "procurar o que comove" é uma brilhante síntese não só de todas as "queridas bibliotecas" como das coisas literárias e não só que o homem faz com o coração.

um abraço de admiração

samuel disse...

Em cheio!!!
(A tradução e o post)

Abraço

Vera disse...

José Fanha, por motivos óbvios (a maternidade de quatro Filhos) adorei este poema. Por motivos que se prendem com a falta de inspiração que me assola por estes dias (culpa da chuva, do mau tempo e do cansaço), peço-lhe autorização para publicar este texto no meu http://vekikiprojects.blogspot.com, referenciando o seu link como origem!
Obrigada :-)