Há escolas que guardam memória de si próprias. Essa memória mostra-nos que aquele espaço, aqueles corredores e salas e recreios não estão fechados no presente. Trazem consigo uma história de outras pessoas que ali passaram, o que implica um reconhecimento nobre da sua existência no tempo, uma dignidade resultante dessa validação do espaço escolar.
Andei numa escola antiga de muitos anos. O Colégio Militar. Vai fazer 209 em breve. Por ali passaram nomes respeitabilíssimos. Militares, escritores, músicos. Nomes como Tomás Alcaide, Raúl Ferrão (Autor da famosa canção "Coimbra"), o Marechal Francisco Costa Gomes, Rão Kiao, António Sérgio, Eduardo Lourenço, Artur Semedo...
As paredes guardam secretas memórias que nos infectam quando somos pequenos e estamos a crescer e queremos ter raízes fortes e razões para crescer.
Tenho visitado várias vezes a EB23 Francisco de Arruda, no Alto de StºAmaro, em Lisboa. A minha mãe foi professora de música ali. O director, antes do 25 de Abril era Calvet de Magalhães, um homem do Estado Novo mas também um homem da modernidade das artes.
O espaço desta escola foi alargado e modernizado. Mas felizmente mantiveram uma memória viva dos muitos anos que esta escola já comemorou.
Entre essas memórias encontrei uma velha cabine telefónica onde a minha amiga Lurdes Caria, magnífica professora bibliotecária, me apanhou.
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2 comentários:
Bela foto... há pouco tempo fui visitar a Voz do Operário com as minhas filhas... foi bom recordar... achei tudo muito mais pequeno, é sempre assim, tínhamos outra noção do espaço... abraço...
Também eu ando às voltas com um texto a mandar para o Volume II do Liceu Nacional de Oeiras. E tem sido uma viagem nas recordações.
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