25 DE ABRIL
Agora deve-se beber, ohé, dançai
sobre este chão que estala com o cheiro
das coisas prometidas, com o fresco
tambor da ansiedade.
É a festa, mulheres!
Que sangue vibra,
que flor ou menstruo? Cor
que abotoais nas blusas, que atirais
na direcção do sol.
Espantosamente
se desfaz a montanha.
Hoje é a ceifa, ohé!
Beijai a terra,
soletrai-a com sede e devagar
como se toma a posse do amor
e se mordem os frutos.
Salve, mãe, o teu ventre perfumado
pelo nosso triunfo.
Bebamos, pois o vinho destas vozes,
soltemos estes cravos como potros
embriagados.
Como intensas éguas
incendiárias.
Cantai, cantai, crianças, o esplendor
de que nasceis herdeiras.
Erguei nas vossas mãos o ar por onde
esvoaça esta alegria.
Que ninguém adormeça.
Por que dias,
meses a fio, e anos, dançaremos
por sobre a claridade.
Vinde, bebei, ciganos:
eis a pátria.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário