domingo, 13 de abril de 2008

JAIME ROCHA

ABRIL

Tu és aquele astro decisivo,
concha rebentada,
portão invadido para Maio;

O teu ventre lançou figos vulcânicos,
morangos, uvas encarnadas,
trouxe cestos de toda a fruta,
cabazes,
cântaros de sonhos, amores despertos;

Vieste dentro de um corpo de vidro,
com uma alma maior que as mãos,
uma canção azul a aprender a andar,
tão longe e tão perto
como um comboio de brinquedo.

Tu és esse astro sim,
e outro ainda e outro,
um novelo de pinças
que dormem ao ciclo das flores,
à espera dos homens do futuro.

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