sábado, 26 de julho de 2008

PÁLIDA E LOIRA

Morreu. Deitada no caixão estreito,
Pálida e loira, muito loira e fria,
O seu lábio tristíssimo sorria
Como num sonho virginal desfeito.

- Lírio que murcha ao despontar do dia,
Foi descansar no derradeiro leito,
As mãos de neve erguidas sobre o peito,
Pálida e loira, muito loira e fria...

Tinha a cor da rainha das baladas
E das monjas antigas maceradas,
No pequenino esquife em que dormia...

Levou-a a morte na sua graça adunca!
E eu nunca mais pude esquecê-la,nunca!
Pálida e loira, muito loira e fria...


António Feijó

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