domingo, 6 de julho de 2008

SONETO IMPERFEITO DA CAMINHADA PERFEITA

Já não há mordaças, nem ameaças, nem algemas
que possam perturbar a nossa caminhada,
em que os poetas são os próprios versos dos poemas
e onde cada poema é uma bandeira desfraldada.

Ninguém fala em parar ou regressar.
Ninguém teme as mordaças ou algemas,
- o braço que bater há-de cansar
e os poetas são os próprios versos dos poemas.

Versos brandos... Ninguém mos peça agora.
Eu já não me pertenço: Sou da Hora.
E não há mordaças, nem ameaças, nem algemas
que possam perturbar a nossa caminhada,
onde cada poema é uma bandeira desfraldada
e os poetas são os próprios versos dos poemas.

Sidónio Muralha

2 comentários:

samuel disse...

"e os poetas são os próprios versos dos poemas" é uma ideia que há muitos anos considero uma das coisas verdadeiramente extraordinárias que li.

Abraço

Caçadora de Emoções disse...

Confesso que essa ideia também mexe muito comigo!..
Personaliza o poema, há uma mistura e interacção com o seu autor.

Beijos,