A AMENDOEIRA
Desce a nostalgia sobre os olhos da tarde
semeando véus de neblina
searas indistintas
sílabas cinzentas.
Só a amendoeira resiste
e diz:
a mim tu não me apagas
noite.
Não me seduzes com o canto
dos teus pássaros nocturnos.
Não me contaminas com as tuas sombras
e fantasmas.
Tenho o coração fechado a sete brancos.
José Fanha
(in "Tempo Azul")
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5 comentários:
Não é fácil resistir aos misteriosos encantos da noite . Talvez a amendoeira abra um pouco o coração e acabe por se entregar...
Lindo o seu poema! Obrigada por o ter partilhado connosco.
Beijos
"fechado a sete brancos". Os Poetas lembram-se de cada coisa!:)))
Beijinho.
lindo!
quem será a "amendoeira"!
um sorriso :)
de um tempo azul que li e gostei
deixei o coração abrir neste silêncio
enquanto descia cada verso da sua poesia
a nostalgia correu a manhã sem cor,
mas paredes só os movimentos das mãos eram sombras cruzadas e finitas.
o canto era o do pássaro madrugador...
escutei o som das suas palavras
saciei-me no seu belo poema
adorei de ter estado consigo, querido Poeta
fica a ternura do meu abraço
lena
lena
Pegando em palavras dos outros comentários, quem sabe se o coração fechado a sete brancos não se abre um dia, se até o túmulo de Cristo conseguiu ser aberto?
Mais um bonito poema!
Um beijo
Rita
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