quarta-feira, 31 de março de 2010
EL TIEMPO PASA
Ouvi pela primeira vez "Años" neste disco de Raimundo Fagner que a cantava com Mercedes Sosa.
É um dos discos da minha vida. Ainda hoje o oiço comovido. Nele cantam ainda com Fagner Juan manuel Serrat e Camarón de la Isla. Aparece um poema de Florbela Espanca soberbamente musicado. E há ainda um poema de Rafael Albertí. E um outro de Ferreira Gullar. Enfim... Só ouvindo.
Comprei este disco. Nunca mais o vi nem em discotecas nem nas mãos de ninguém a não ser muito improvavelmente em Nápoles na casa do meu amigo Vittorio Placella, médico e poeta que me disse que era um dos discos da sua vida. A juntar a esta coincidência, o facto de fazermos anos no mesmo dia. Às vezes quase somos levados a acreditar nas mais misteriosas interpretações dos desígnios da vida.
sábado, 27 de março de 2010
O TEMPO PASSA...
El tiempo pasa/ nos vamos poniendo viejos/ y el amor nos refleja/ como ayer...
Cantava assim a Mercedes Sosa. E talvez seja verdade.
A fotografia é de 86, no Centro Cultural de Loulé. Enviada pelo José Teiga (grande abraço meu amigo!) Aqui tinha uns kilitos a menos mas andava sempre como agora embrulhado na poesia.
Não sou saudosista. Não fico preso ao que passou. Mas acho muito importante guardar memória do que fomos. Apesar disso, sempre achei que amanhã será sempre melhor que hoje. O qe é que querem, meus amigos? Não consigo deixar de viver a cavalo na utopia.
quinta-feira, 18 de março de 2010
NA CADEIRA DO BARBEIRO
Poucos têm sido, nos últimos anos, os barbeiros a apanhar-me na sua cadeira.
Eis a excepção. Foi na Universidade Senior e a cadeira é um adereço do Auto do Ti Jaquim de António Aleixo, representado pelos alunos da Universidade com encenação do meu muito querido amigo José Teiga.
O trabalho das Universidades Seniores pelo país é um trabalho comovente e de grande dimensão. Trata-se de aprender pelo simples prazer de aprender quando a vida profissional nos devolve a um tempo que pode e deve ser de impunidade e sonho.
Por isso estas fotografias com amigos muito especiais que me recebem de braços abertos sempre que os visito. Pedro Serra, José Teiga, etc...
Poucos foram os barbeiros
domingo, 14 de março de 2010
OS PROFESSORES NA VOZ DE UM AGENTE DA GNR
"A VIDA ESTÁ DIFÍCIL PARA TODOS MENOS PARA OS PROFESSORES!"
Eu não queria acreditar no que tinha acabado de ouvir. Confirmei e fomos dois a ouvir este comentário da boca de um agente da GNR.
Há cerca de uma semana atrás, ia eu, na minha vida de escritor e promotor da leitura, a caminho de uma escola perto do mar na zona centro do país. Seguia num carro comercial conduzido pelo meu amigo P., promotor de livros da LEYA.
Fomos mandados parar por uma patrulha suponho que da GNR-Guarda Fiscal. Um dos agentes aproximou-se e passou a pente fino o carro e os documentos. Até a minha mala de viagem foi inquirida.
O tempo ia passando e eu sentado e inquieto com a demora enquanto o agente continuava no seu meticuloso ofício e na sua conversa enrolada e interminável. Faltava uma guia!
O meu amigo P., promotor da LEYA, profissional de altíssima competência e maior educação, procurava expliar a razão porque não trazia uma guia para um mostruário de livros que ia levar aos professores da escola que íamos visitar. O agente ameaçava-o com uma multa de 250 Euros.
P. apelava à boz vontade do agente. "A vida está difícil para todos, sr. Guarda..."
E foi aí que o agente saiu com a sua extraordinária afirmação:
"A VIDA ESTÁ DIFÍCIL PARA TODOS MENOS PARA OS PROFESSORES!"
Apeteceu-me logo saltar do carro e barafustar. Mas se o fizesse seria por certo o meu amigo P. a prejudicar-se e a levar com a multa dos 250 Euros.
Esta é a voz popular, tosca, grosseira, autofágica, a que os nossos políticos e governantes deram força e crédito.
Os professores estão bem... Os gestores das PTs, dos Bancos que vão à falência, dos Tagus Paks e de outros buracos sem fundo é que têm a vida difícil... É ou não é?
Vale a pena comentar?
Eu não queria acreditar no que tinha acabado de ouvir. Confirmei e fomos dois a ouvir este comentário da boca de um agente da GNR.
Há cerca de uma semana atrás, ia eu, na minha vida de escritor e promotor da leitura, a caminho de uma escola perto do mar na zona centro do país. Seguia num carro comercial conduzido pelo meu amigo P., promotor de livros da LEYA.
Fomos mandados parar por uma patrulha suponho que da GNR-Guarda Fiscal. Um dos agentes aproximou-se e passou a pente fino o carro e os documentos. Até a minha mala de viagem foi inquirida.
O tempo ia passando e eu sentado e inquieto com a demora enquanto o agente continuava no seu meticuloso ofício e na sua conversa enrolada e interminável. Faltava uma guia!
O meu amigo P., promotor da LEYA, profissional de altíssima competência e maior educação, procurava expliar a razão porque não trazia uma guia para um mostruário de livros que ia levar aos professores da escola que íamos visitar. O agente ameaçava-o com uma multa de 250 Euros.
P. apelava à boz vontade do agente. "A vida está difícil para todos, sr. Guarda..."
E foi aí que o agente saiu com a sua extraordinária afirmação:
"A VIDA ESTÁ DIFÍCIL PARA TODOS MENOS PARA OS PROFESSORES!"
Apeteceu-me logo saltar do carro e barafustar. Mas se o fizesse seria por certo o meu amigo P. a prejudicar-se e a levar com a multa dos 250 Euros.
Esta é a voz popular, tosca, grosseira, autofágica, a que os nossos políticos e governantes deram força e crédito.
Os professores estão bem... Os gestores das PTs, dos Bancos que vão à falência, dos Tagus Paks e de outros buracos sem fundo é que têm a vida difícil... É ou não é?
Vale a pena comentar?
domingo, 7 de março de 2010
GOTTA KEEP READING
A propósito da Semana da Leitura, o meu amigo enviou-me estas imagens.
São os alunos da escola Ocoee Middle School, Florida, EUA, que gravaram uma nova versão do êxito dos Black Eyed Peas: I Gotta Feeling.
A música é a mesma, a letra incentiva à leitura.
Diz o Manel ara que é bom divulgar para que ninguém se esqueça de que ler faz bem e não engorda. Diz ele, e eu concordo. 'bora Keep Reading!
sábado, 6 de março de 2010
POESIA NA RUA EM LOULÉ
E assim foi este projecto da Biblioteca de Loulé de que fui gostosamente cúmplice.
As pessoas ficavam admiradas por ver aparecer um sujeito a conversar com elas e a dizer poesia em bancos, cafés, restaurantes, pastelarias. E também nalgumas escolas, no Arquivo Municipal, na Universidade Sénior...
Alguns fingiam que não ouviam. Ou não ouviam mesmo. Não estavam disponíveis para a interferência da voz e das palavras.
Muitos outros sorriam. Paravam de comer. Aplaudiam. Uma cozinheira parou o seu serviço para vir ouvir. Houve quem viesse agradecer. Funcionárias da Caixa Geral de Depósitos pediram para repetir esta iniciativa. O proprietário de uma pastelaria em Quarteira achava que devia acontecer todas as semanas.
Sempre entendi que o lugar mais nobre para ser habitado pela poesia é a Praça, que como o Manuel Alegre dizia no início dos anos 60 é a PRAÇA DA CANÇÃO.
E que bem que fica trazer a poesia para a rua nesta terra onde, em tempos, o grande António Aleixo a foi acendendo também de café em café?
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