quarta-feira, 30 de novembro de 2011

OS DIREITOS DA CRIANÇA

A Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 20 de Novembro de 1959, aprovou a Declaração dos Direitos da Criança.

Os principais direitos são:

Todas as crianças são iguais e têm os mesmos direitos, não importa sua cor, raça, sexo, religião, origem social ou nacionalidade.
Todas as crianças devem ser protegidas pela família, pela sociedade e pelo Estado, para que possam se desenvolver fisicamente e intelectualmente.
Todas as crianças têm direito a um nome e a uma nacionalidade.
Todas as crianças têm direito a alimentação e ao atendimento médico, antes e depois do seu nascimento. Esse direito também se aplica à sua mãe
As crianças portadoras de dificuldades especiais, físicas ou mentais, têm o direito a educação e cuidados especiais.
Todas as crianças têm direito ao amor e à compreensão dos pais e da sociedade.
Todas as crianças têm direito à educação gratuita e ao lazer
Todas as crianças têm direito de ser socorridas em primeiro lugar em caso de acidentes ou catástrofes.
Todas as crianças devem ser protegidas contra o abandono e a exploração no trabalho.
Todas as crianças têm o direito de crescer em ambiente de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.



No dia 21 de Novembro, na Assembleia da República, comemorou-se o aniversário da
Declaração dos Direitos das Crianças.

Várias escolas ali apresentaram projectos que põem em relevo este ou aquele direito. Cada escola levou um padrinho. De braço dado com o IAC, fui padrinho da EB1 Frei Luís de Sousa.

Foi bom.

Um amigo meu conhecedor dos meandros daquela casa quis levar-me a visitar a principal sala de sessões. Estava a falar o Ministro das Finanças, disseram-nos. O meu amigo travou-me logo o passo com receio... "Foge que o tipo ainda nos rouba a carteira!"

sábado, 19 de novembro de 2011

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS PÊRO DA COVILHÃ



Muita meia sola levo gasta a dizer poemas, contar histórias elevar os meninos e os jovens deste país a ganharem gosto pela leitura.

Há muito que fazer ainda. Muita pedra a partir. Muito boa vontade a incentivar. É necessário não deixar que o trabalho do PNL e da Rede de Bibliotecas Escolares se esboroe. É indispensável chamar pais e professores, autarcas, políticos e empresários à tarefa urgente de promover a leitura.

Porque o nosso país só mudará quando se tornar num país verdadeiramente leitor. Leitor do seu próprio destino.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

AMIGOS MAIORES QUE O PENSAMENTO



Aqui vai, conforme recebi_

Projecto “Amigos Maiores que o Pensamento”

I

Tempos de borrasca invadem-nos a alma!

Ainda assim, cada pedaço, cada fresta do nosso imaginário comum
continua, teimosamente, a esvoaçar ao encontro dos desafios que
geram o nosso descontentamento.
Por rotas seculares, em ladeiras escorregadias, palmilhando carreiros
de esperança… por todas as formas de andar de cabeça erguida… a
humanidade tem vindo a calcorrear, pedra a pedra, calçada a calçada, o
devir de um novo mundo.
Foi com essa inquietação, com essa incessante busca do homem livre,
que o Zeca e o Adriano se alistaram em combate…

II

Sabemo-lo e orgulhamo-nos disso: José Afonso e Adriano Correia de
Oliveira foram exemplos de cidadania política, cultural e social. Tinham
uma capacidade de intervenção indiscutível que, ainda hoje, pode e
deve servir de estímulo para todos quantos não abdicam das causas da
liberdade e da dignidade humana.
Conscientes de que a intervenção activa e intencional deve ser parte
indissociável da vida, Zeca e Adriano nunca deixaram de ser militantes a
tempo inteiro nas causas em que acreditavam, sempre com espírito de
solidariedade, de generosidade, da vida colectivamente partilhada.
Fizeram das cantigas os hinos de que precisávamos para melhor
falarmos dos nossos anseios e aspirações, para lutarmos por uma
sociedade livre e verdadeiramente democrática.
A concretização dos nossos sonhos é diariamente ameaçada e sentimos
bem real e concreta a necessidade de manter desfraldadas ao vento as
bandeiras que ergueram. Queremos que a postura e a mensagem
destes e de outros homens amigos maiores que o pensamento - sejam
cada vez mais conhecidas e que continuem a servir-nos de inspiração
nos caminhos da nossa luta colectiva. Com Zeca e Adriano reafirmamos:
há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não!



III

Num tempo que nos exige respostas firmes, o projecto AMIGOS
MAIORES QUE O PENSAMENTO pretende contribuir activamente para a
divulgação da vida e obra destes homens, não numa perspectiva
saudosista, porque percebemos a necessidade de redefinir e
diversificar as formas de acção, mas como ponto de partida consensual:
a cultura é uma arma e o legado cívico e cultural que nos deixaram estes amigos são
exemplo e estímulo para a estrada que temos de percorrer.
Em 2012, faz, respectivamente, 25 e 30 anos que José Afonso e Adriano Correia de
Oliveira decidiram pegar na trouxa e zarpar. Usemo-los como pretexto de celebração
propulsor da convergência necessária entre todos os que vieram por bem e quiserem
lutar por um mundo melhor, porque é tempo de ir para a rua gritar!
Cantos velhos, cantos novos; lutas velhas, lutas novas… Unidos pelos tons maiores
dos nossos sonhos, pelo arco-íris da diversidade, estaremos juntos e não nos
deixaremos esmorecer… mesmo quando os ventos não prestem ou as marés não
convenham.
Em 2012, juntos seremos, como o foram e sempre serão o Zeca e o Adriano, AMIGOS
MAIORES QUE O PENSAMENTO!

Novembro de 2011


Projecto “AMIGOS MAIORES QUE O PENSAMENTO”

ABC-Piano Bar, S.Mamede de Infesta - Matosinhos
ABRIL- Associação Regional para a Democracia e o
Desenvolvimento, Lisboa
A Presença das Formigas, Porto/Vila do Conde
Associação Cultural Convento de San Payo, V. N. Cerveira
Associação 25 de Abril (delegação norte), Porto
Associação Casa da Achada – Centro Mário Dionísio, Lisboa
Associação Cultural A Cadeira de Van Gogh, Porto
Associação Cultural "Saco de Gatos" - Gato Vadio, Porto
Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto
Associação José Afonso (núcleo do norte)
Associação José Afonso (núcleo região de Aveiro)
Associação "Os Carrilanos", Castrelo do Val, Ourense/Galiza
Bar SVBVRA, Braga
Blog "Diário de Felgueiras"
Café Marinhos, Porto
Café Pedra Nova, Porto
Café Cultural, Senhora da Hora - Matosinhos
Casa do Povo da Longra, Longra-Felgueiras
Casa Viva, Porto
Centro Artístico, Cultural e Desportivo Adriano Correia de
Oliveira, Vila Nova de Gaia
Centro de Música Tradicional - Sons da Terra, Sendim -
Miranda do Douro
Chamaste-m’ó? Porto
Círculo de Arte e Recreio, Guimarães
Colectivo "Xestal", Galiza/Portugal
Colectivo "Zeca Afonso", Galiza/Portugal
CulturDança- Escola de Danças, Vila Nova de Gaia
Cultureprint-Cooperativa Cultural, Porto
De Outra Margem, Galiza/Portugal
do Imaginário Associação Cultural, Évora
d'Orfeu Associação Cultural, Águeda
Doze Arte Livre Grupo de Teatro, S. Mamede de
Infesta - Matosinhos
Alagamares-Associação Cultural, Sintra
Associação Cultural e Recreativa "As Formigas de Macieira",
Macieira da Lixa.
Duo "Xico de Carinho/Humberto Herédia", Galiza
Enfarte - colectivo de intervenção artística, Barcelos
EsferaNegra - Associação Cultural , Barcelos
Fundação Escultor José Rodrigues, Porto
Galeria Porto Oriental, Porto
Gentalha do Pichel, Santiago de Compostela, Galiza
Grupo "Canto D´Aqui", Braga
Grupo Coral Canto Décimo, Ovar
Grupo Musical "Rolada Infantl", Galiza
Grupo Coral Vox Populi, S. Pedro da Cova
Honeysound, Barcelos
Jornal " Mudar de Vida", Lisboa
"mc" - Mundo da Canção, Porto
Movimento "Precários Inflexíveis", Portugal
Oficina de Teatro de Almada - Associação, Almada
Orfeão de Matosinhos
Origem Tradicional (secção de música folk/tradicional do Grupo
Cultural de S. Mamede Este - Braga)
Palmilha Dentada- Companhia de Teatro, Porto
Projecto Carl Orff - Educação Musical, Matosinhos
Projecto Cultura e Cidadania, Mira.
Projecto "Uma Vontade de Música", Porto
Roda:Mola - Teatro Infantil e de Marionetas de Barcelos
Sapato 43 - Associação Cultural para a Construção do
Conhecimento pela Arte, Porto
Seiva Trup- Teatro Vivo, Porto
Sindicato dos Professores do Norte
Site - StreetArt, Portugal
Sment - Plataforma Artística, Barcelos
Sociedade Cultural “Na Virada” , Cangas do Morrazo - Galiza
Tane Timor-Associação Amparar Timor, Porto
Teatro Art’Imagem, Porto
Teatro Ensaio, Porto
Terra Viva - Associação de Ecologia Social, Porto
Tertúlias Itinerantes, Felgueiras
Unicepe - Coop. Livreira de Est. do Porto, CRL, Porto
Lefre de Caldereta - Asociación Cultural - Ferrol, Galiza
Loja do Júlio - Livraria , Guimarães
Entidades subscritoras do projecto:
amigosmaiores@gmail.com

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

NOVO LIVRO DE MIGUEL REAL


Um dos escritores que mais aprecio e admiro entre os que têm aparecido nos últimos 10/12 anos é o Miguel Real. Foge dos projectores. Não frequenta as luzes Não se pretende Pop-star da literatura. Escreve apenas. E muito bem.

Já nos cruzámos várias vezes e fomos construindo amizade e cumplicidade em torno da escrita.

O Miguel é um belíssimo escritor e um excelente ser humano. O que é que podemos querer mais?



Dia 15 é o lançamento do seu novo romance "A GUERRA DOS MASCATES". É-me impossível estar lá. Mas peço aos meus amigos que apareçam e me representem bem.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

EVA ou A HISTÓRIA DE DUAS EVAS

A Margarida Botelho conta histórias. Mas as suas histórias não são o ponto de chegada. São um ponto de partida, um caminho que ajuda a crescer, a pensar, a inventar, a voar.

Os seus livros resultam de um trabalho levado a cabo em conjunto com meninos. O que interessa não é apenas que eles leiam e naveguem na narrativa. O que interessa e que eles aprendam a ser. Por isso a Margarida lhes propõe partilhar o melhor de si própria e o melhor da sua arte.

Com ela não se trata de competências. Trata-se de respiração.

Ouvi-a há dias contar as suas viagens e o seu trabalho num campo de refugiados africanos em Moçambique, numa favela brasileira, no meio da Amazónia ou na Índia.

Histórias vividas até ao osso. Transformadas em num livro chamado EVA que conta duas Evas, uma europeia, outra africana.

Uma que tem água para tomar banho, escolas com carteiras e livros, computadores que a põem em contacto com o mundo.

Outra que tem de andar 10 Kms para arranjar água, uma única sala de aulas para muitos muitos meninos, com chão e uma janela, um único professor e um único livro para todos aqueles meninos, e um velho contador de histórias que a põe em contacto com o mundo fantástico das palavras e das histórias.

De tudo isso resultou este filme delicioso. É fácil de fazer e junta simplicidade e altíssima qualidade.

E ler ou dar a ler é isso mesmo, uma urgência, uma partilha, um mergulho na maravilha, uma aposta na grande qualidade, aquela que vai até ao osso.

sábado, 5 de novembro de 2011

PRECISAMOS DE LITERATURA E NÃO DE RESUMOS



Precisamos de literatura como de pão para a boca. Para ser. Para crescer. Para voar.

Dizia noutro dia a minha amiga Margarida Botelho que "A leitura é a didáctica dos afectos". Estou de acordo.

Mas ler é duro, por vezes. E bom. É muito bom esta descoberta da palavra e da sua força carnal, telúrica, transcendente.

Tenho a certeza de que fazer reduções, resumos ou caricaturas das grandes obras para que as crianças se vão "habituando", é um caminho perverso, espertalhote e safardanas.

Que me desculpem os confrades da escrita que resumiram grandes obras para os meninos se irem "habituando" aos "Maias", ao "Auto da Barca do inferno", às "Lendas e Narrativas", ao "Memorial do Convento", etc etc.

Este caminho esquece que as grandes obras da literatura não são só a narrativa que contêm. Literatura é linguagem, mergulho na palavra, escrita que serve para narrar uma história.

Os meninos que ficam a saber a história dos Maias não ficam a conhecer o sumo, o desenvolvimento da frase, o uso brilhante do adjectivo, a festa da língua em que Eça era mestre.

Saber apenas uma história é curto e perigoso. Permite até que as crianças pensem que já não precisam de ler os "Maias" porque já sabem a história.

Mais idiota ainda é transformar os "Maias" em gatos e coisas tão destravadas como esta que já vi. É transformar alta culinária em comida de fast food.

Não podemos baixar a exigência neste campo.

Não acredito que quem se habitue à fast food passe um dia a gostar de chanfana, arroz de lingueirão ou feijoada à transmontana. Por isso também sempre achei que habituar as crianças a lerem obras menores e redutoras as leve algum dia a gostar das grandes obras com tanto de complexidade como de capacidade para nos maravilharem de forma única.

Desconfio ainda que os professores, editores e outros que gostam muito destes resumos e caricaturas que vou encontrando por algumas Bibliotecas Escolares, são pessoas que nunca leram os originais e que lá no fundo, no fundo, não gostam mesmo de ler.



Quem lê escreve-se a si próprio.

Quem gosta de ler, a sério a sério, quem ama os clássicos, leva aos seus meninos essa paixão, dá-lhes chaves para entrarem nessa festa intensa e saborosa, das obras que muito acrescenta à nossa humanidade e que nos foram deixadas por Cervantes, Eça, Melville, García Marquez, Hemingway, etc, etc, etc

Ler é bom e só quem gosta de ler é capaz de passar o vício aos outros. Esta parece-me ser a questão fundamental.