terça-feira, 27 de outubro de 2009

MINHAS QUERIDAS BIBLIOTECAS

O que é que eu não posso dizer senão repetir uma e outra e outra vez: MINHAS QUERIDAS BIBLIOTECAS!

Esta foi a primeira na EB23 da Venda do Pinheiro:



O site é:

http://centroderecursos-vp.blogspot.com/

domingo, 25 de outubro de 2009

A MINHA AVÓ É QUE IA FICAR FELIZ

Pois é. A minha avó é que ia ficar feliz ao ver o nome do neto ser dado a uma Biblioteca.

Foi o que aconteceu na EB23 de Pombais, Odivelas, onde me escolheram para patrono da sua Biblioteca. Com inauguração oficial, placa de metal e tudo. Uma festa calorosa e doce. E eu, babado, pois claro, por me sentir tão integrado nesta família que vai crescendo pelo país fora e que procura espalhar por toda a parte a festa da leitura e o amor ao livro.



(A mesa da inauguração com a presença, entre outros, da Vereadora Fernanda Franchi em representação da Presidente Susana Amador)

A avó Berta Emília é que ia mesmo ficar toda satisfeita. Cresci com ela. E na sua casa havia livros e livros e livros. E foi ela que me contou histórias e me levou à leitura e à paixão pelos livros. Por isso, sempre que entro numa Biblioteca é como se entrasse na casa dela. Na casa de mim pequenino.




(Com a minha amiga Ana Manuela Gralheiro, filha do escritor Jaime Gralheiro e directora do Agrupamento de Escolas D. Dinis)

Já lá vão, com esta, 4 escolas que me deram a honra e o prazer de me escolher para patrono: a EB23 da Venda do Pinheiro, a EB1 nº 3 do Cacém, a EB1 do Olival Basto e, agora, a EB23 de Pombais.

Às vezes nã as visito tão frequentemente quanto desejava Mas estão sempre no meu coração.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O QUE É A FELICIDADE?




Para ficares a saber o que é a felicidade, disse o grande bode, vou contar-te a história de Selma, a ovelha que todas as manhãs ao nascer do sol comia uma boa porção de erva...



... e ensinava os filhotes a falar até ao meio dia...



... na parte da tarde dedicava-se ao desporto radical...




E não vou contar tudo mas tenho a certeza de que se lerem este livrinho da Gatafunho irão ficar rendidos aos ensinamentos que o grande bode tira da vida de todos os dias da espantosa ovelha Selma.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

AS PROFISSÕES INVISÍVEIS



Falo hoje dos livros e dos que trabalham para os produzir e que raramente são referidos. Os que têm profissões invisíveis. Ou que se tornam invisíveis para o público.

Os que faziam o papel, os que fundiam os tipos de chumbo, os tipógrafos, os compositores, os revisores. Entre os primeiros houve grandes artistas capazes de ir à procura do tipo, da letra, do efeite único. Hoje esse trabalho é feito pelo computador. Os revisores ficaram. São fundamentais para a qualidade de um livro e quanto melhor é o seu trabalho mesnos se vê.

Podíamos citar outros: os que leem e escolhem os livros que vêm do estrangeiro, os que adaptam os textos das bandas desenhadas, os tradutores, os capistas... E devo estar a esquecer-me de outros tantos que merecem também o nosso reconhecimento e a nossa ternura.

É preciso lembrar que todos eles, os que têm estas profissões invisíveis, trabalham para nos dar esse voo de ave, esse garante da liberdade de pensamento que é o livro.

Não fora o livro tão perigoso e não teria havdo e continua a haver uma terrível sanha de todos os ditadores para o destruir. ""A história da destruição dos livros", recentemente saída, e escrita pelo venezuelano Fernando Báez (Ed. Texto) fala-nos bem desse rio negro do obscurantismo.

domingo, 18 de outubro de 2009

A CABANA DOS PARODIANTES EM SALVATERRA

Cresci como muita gente a ouvir os Parodiantes de Lisboa à hora do almoço

A memória deles está na Cabana dos Parodiantes gerida pelo Fernando, filho de um dos irmãos Andrade que fizeram rir este país durante décadas.

O espólio dos Parodiantes está a pedir tratamento sério e, se calhar, um museu que guarde e nos permita revisitar as gravções dos programas, as publicações e as figuras impagáveis dos velhos Parodiantes como O Patilhas e Ventoinha, o Jack Tachas, o Cara Linda e outros tantos



A Cabana dos Parodiantes em Salvaterra de Magos é um café e restaurante onde se vendem os famosos "Barretes de Salvaterra", doces deliciosos, dizem-me, que eu sou diabético e muito bem comportado.

Com as paredes cobertas pelas memórias dos velhos Parodiantes, a Cabana é lugar de uma tertúlia que já leva cerca de 50 sessões e por onde tem passado gente famosa.



Há poucas semanas fui eu o convidado. E foi uma noite deliciosa pela hospitalidade do Fernando, pela condução do diálogo pelo Zé Peixe, jornalista da Lusa, pelo calor humano de todos os presentes.

Fico a agradecer à Paula Cruz Rodrigues que me fez o convite para este tão caloroso lugar de memória.

Para quem estiver interessado fica aqui o endereço do site da Cabana:
http://www.cabanadosparodiantes.com/htmls/conteudos/EkFlZkulAARejJKpsf.shtml

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

ÁRVORE

E a propósito da criatividade vocabular brasileira, um poema de um poeta delicioso e que é um mestre na forma como usa e desusa a palavra e o sentido com a liberdade que só têm os meninos e os sábior.





MANOEL DE BARROS (1916)


ÁRVORE


Um passarinho pediu a meu irmão para ser a sua árvore.
Meu irmão aceitou de ser a árvore daquele passarinho.
No estágio de ser essa árvore, meu irmão aprendeu de
sol, de céu e de lua mais do que na escola.
No estágio de ser árvore meu irmão aprendeu para santo
mais do que os padres lhe ensinavam no internato.
Aprendeu com a natureza o perfume de Deus.
Seu olho no estágio de ser árvore aprendeu melhor
o azul.
E descobriu que uma casca vazia de cigarra esquecida
no tronco das árvores só presta para poesia.
No estágio de ser árvore meu irmão descobriu que as
árvores são vaidosas.
Que justamente aquela árvore na qual meu irmão se
transformara, envaidecia-se quando era nomeada para
o entardecer dos pássaros.
E tinha ciúmes da brancura que os lírios deixavam nos
brejos. Meu irmão agradeceu a Deus aquela
permanência em árvore porque fez amizade com muitas
borboletas.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A RAINHA DO CINE ROMA



A criatividade verbal brasileira tem momentos fabulosos. Trago uma frase tirada de um livro que estou a ler tão apaixonada como apavoradamente. "A RAINHA DO CINE ROMA". Passa-se entre os meninos de rua de Salvador e mostra-nos que mesmo no fundo da desumanidade ainda há pequenas luzinhas que brilham.

O autor nem é brasileiro. Mas aprendeu bem os requebros da língua. É mexicano, escreve para jornais alternativos e trabalha com os adolescentes de rua no Brasil.

A frase, fabulosa e bem representativa da atitude de sobrevivência dos meninos de rua, é:

"JACARÉ QUE HESITA, VIRA BOLSA"

terça-feira, 13 de outubro de 2009

VI MARATONA DA POESIA DE SINTRA



A MARATONA DA POESIA DE SINTRA tem já 6 anos. Passou pela Biblioteca Municipal - Casa Mantero, pelo Palácio Valenças e, este ano, em finais de Setembro, foi na Vila Alda.

Tivemos sessões para meninos do 1º Ciclo e para jovens do 2º e 3º Ciclos.

Houve poesia dita e partilhada pelos meninos e pelos jovens, com especial relevo para os jovens da Escola António Sérgio onde se tem feito um trabalho continuado e de grande qualidade em torno da poesia.

Tivemos contadores e histórias como o Ângelo Torres e a Ana Lage. A escritora Carla maia de Almeida leu o seu último livro.



A noite do último dia foi dos adultos.

A sala esteve cheia. Participaram dezedores diversos como o Jorge Lino, o Moisés, a Romana. Poetas como o Pedro Mota ou o António Ferra, o César, o Portinha

E muitos outros homens e mulheres que quiseram partilhar o prazer de dizer ou/e de dar a conhecer as suas produções poéticas.

A assistir e a oferecer-nos bocadinhos da sua arte, esteve o Rão Kyao.



Foi uma noite muito calorosa e tão participada que tentaremos repeti-la com maior frequência. Porque as coisas boas devem repetir-se. E a poesia agradece.

domingo, 11 de outubro de 2009

OS BEATLES E A CALVÍCIE




Nas visitas às escolas, os meninos e jovens costumam fazer-me perguntas.

Algumas são muito repetidas: Quando é que escreveu o seu primeiro livro? Quando é que resolveu que queria ser escritor? Qual é o livro que mais gostou de escrever?

Algumas menos interessantes como: Qual é o seu clube de futebol? Resolvi deixar as filiações futebolísticas fora destas conversas porque o ambiente de alarvidade à volta da clubite começa a sair do âmbito dos adultos e a estar demasiado presente nos mais pequenos.

Raras são as perguntas realmente diferentes que me fazem nestas visitas. Na EB23 de Vila Nova de Tazém, Gouveia, o Bruno do 5º ano saiu do mais banal ao perguntar-me qual era a minha banda favorita. Falei-lhe da minha última paixão: os Oquestrada. Quis saber outra. Falei-lhe naturalmente da banda cuja música foi o pano de fundo da minha adolescência e continua a ser o pano de fundo da minha memória mais afectiva: os BEATLES!

"Aaaaaaaaaaaaaaaah!" Fez-se luz no rosto do Bruno. "Por isso é que o sr. é um bocadinho careca!"

Devo confessar que não percebi logo o alcance do comentário.

"Careca, porquê?"

"Porque os fãs dos Beatles arrancavam o cabelo enquanto os ouviam tocar!"

sábado, 10 de outubro de 2009

MUSEU ABEL MANTA EM GOUVEIA

Eu tinha 18 anos quando entrei para a Escola de Belas Artes de Lisboa ao Chiado. A vida era um saco de maravilhas e eu estava doido por des´vendá-las e disfrutá-las.

Minha colega e no curso de Arquitectura e amiga do coração para sempre, a Isabel Manta morava no Bairro Alto numa casa fantástica chea de arte por odos os lados.

Sempre que possível eu e outros colegas íamos para lá. Naquele prédio moravam e trabalhavam o avô Abel Manta, a avó Clementina Carneiro, o pai João Abel Manta. Todos pintores! Eu só queria vê-los, ouvi-los, respirar o ar que respiravam.

O avô Manta, nome maior da pintura portuguesa da primeira metade do séc. XX, fumava às escondidas cigarros cravados aos colegas da neta e saía todos os dias de boina e papillon como mandam as regras dos pintores que são pintores. Descia ao Chiado e ficava-se à conversa na Brasileira, entre artistas, escritores e os inevitáveis Pides de serviço.

A avó Clementina pintava e fazia patchworks maravilhosos, alguns desenhados pelo filho João Abel. De vez em quando ia visitar o sobrinho (julgo que sobrinho...) João Pulido Valente condenado a 8 anos de cadeia por crimes políticos. E eu sentava-me ao lado dela a ouvir-lhe as histórias fantásticas dos presos políticos encerrados no forte de Peniche.

João Abel Manta era para mim um guru. E ainda é. Um mestre de quem bebi sempre que pude algum do seu muito saber sobre arte e cultura. João Abel é, além da sua dimensão cultural, um desenhador e um pintor fabuloso e discreto, com uma obra imensa e que só um país analfabeto pode ignorar ou reduzir o conhecimento da sua obra aos (extraordinários) cartoons que verteu para os jornais nos anos breves do 25 de Abril.

E ainda por lá apareciam o José Cardoso Pires, o Rolando Sá Nogueira, o Alexandre O'Neill e vários outros artistas, poetas e escritores.

O que eu aprendi só de os ver e ouvir!

Alguns anos mais tarde, a minha querida amiga Isbel Manta pôs-se a pintar também e, agora, todos os Mantas estão reunidos num Museu de excepcional qualidade em Gouveia. O Museu Abel Manta.



(Abel Manta, auto-retrato)

E não estão lá só os Mantas. Estão também os amigos dos Mantas. João Vieira, Lima de Freitas, Lurdes de Castro, rené Berttholo, Gil Teixeira Lopes, Nikias Skainakis e muitos mais. E ainda os trabalhos que têm ganho o Prémio de Pintura Abel Manta que já leva umas 3 edições, segundo creio. Um luxo!



(Abel Manta, Jogo de xadrez)

Vale a pena ir a Gouveia por imensas razões. A beleza da cidade, a imponência da Serra, tudo o que faz o seu encanto. Mas é crime não ir visitar o Museu Abel Manta pela excecional qualidade do seu espólio que atravessa uma parte significativa da pintura portuguesa do séc. XX.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

GRANDE COLÉGIO DA PÓVOA DE VARZIM

Imagens da sessão de apresentação do livro "O DIA EM QUE A BARRIGA REBENTOU".



Neste Colégio já me sinto como se estivesse em casa. Da direcção aos professores a gentileza com que me recebem nas várias visitas que ali fiz é imensa. E fico muito orgulhoso por saber que os meus livros são material de divertimento, enriquecimento apoio ao processo educativo onde tem um papel muito especial a professora Sandra Terroso.

A todos um grande bem hajam.


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

AQUELA MANHÃ CHUVOSA DE SETEMBRO

Luís Sepúlveda é um escritor carregado de melancolia, de amabilidade, de dignidade em cada palavra que nos oferece.

Li tudo o que dele foi publicado em português. Quase sempre entursiasmado. Alguns dos seus livros fazem parte da lista dos imprescindíveis quando dirijo Comunidades de Leitores.

Estou a ler o seu último livro. Parei emocionada numa página em que Sepúlveda fala do golpe de Pinochet de 11 de Setembro. E não fui capaz de não a trazer para aqui porque é sempre urgente partilhar palavras como estas.



“… até ter chegado aquela manhã chuvosa de Setembro e a partir do meio-dia os relógios começaram a marcar horas desconhecidas, horas de desconfiança, horas em que as amizades se desvaneciam, desapareciam, e delas não restava senão o pranto aterrorizado das viúvas ou das mães. Á vida encheu-se de buracos negros que surgiam em qualquer parte: alguém entrava numa estação de metro e nunca mais saía, alguém entrava num táxi e não chegava a casa, alguém dizia luz e era engolido pelas sombras.”

domingo, 4 de outubro de 2009

AS BANALIDADES REGRESSAM AO SANTIAGO ALQUIMISTA




Depois do sucesso retumbante do primeiro ciclo, vai começar o segundo ciclo de conferências sobre Banalidades no Santiago Alquimista.

Garanto-vos que, não sendo imperdíveis, quem as perder dará um fraco testemunho do seu interesse pelo absurdo, pelo delírio, pela paixão assolapada dos oradores relativamente aos lados menos "sérios" da vida.



8/10

"BANALIDADES", por José Fernandes Fafe

22/10

"O DIREITO AO SEXO", por A. Santinho Martins

5/11

"DA VIDA E DA MORTE" por Joshua Ruah

19/11

"A DELÍCIA DO VINHO" por J. Marques Penha

3/12

"CAPRICHOS DA HISTÓRIA" por Álvaro Luz e Silva

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O DIA EM QUE A BARRIGA REBENTOU



Cá vai mais um livrinho.

Diverti-me muito a inventar uma família de pássaros Bisnaus, uns verdadeiros javardolas, sem respeito por nada nem por ninguém, iguais a algumas famílias que todos conhecemos.

Foi uma história encomendada pela Biblioteca da Ericeira. Com a magnífica colaboração da Maria João Gromicho que fazia e desfazia uma tapeçaria enquanto eu contava, nasceu esta história em que os Bisnaus vão à praia e dão cabo do mar.

A adesão de miúdos e professores foi tão grande que resolvemos passar a história a livro. Chamou-se "O dia em que o mar desapareceu".

E o sucesso continuou. Muitas esclas pegaram no livro como material de trabalho.

Eu comecei a ficar apaixonado por estes heróis ao contrário que só fazem esneiras. Avancei com "O dia em que a mata ardeu", em que os Bisnaus foram fazer um piquenique e, claro, tanta porcaria fizeram qie pegaram fogo à mata.

Chegamos ao terceiro que é hoje apresentado ao público no Grande Colégio da Póvoa de Varzim.

Desta vez, os pássaros Bisnaus comem desalmadamente, desequilibradamente, excessivamente e acabam por adoecer.

Eu e os meninos divirtimo-nos imenso com estes miseráveis passarocos. E, já agora, vamos reflectindo sobre questões fundamentais como é, neste caso, a da alimentação saudável e regrada.

A Maria João Gromicho criou uma forma de ilustração muito forte e com um estilo que constitui o ambiente perfeito para as anti-aventuras destes anti-heróis.