sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

UMA ESPÉCIE DE VISITA AO PARAÍSO



Há homens que se tornam em pontos de referência fundamentais na nossa vida. Pelo seu exemplo, pelo seu talento, pela sua consistência, pela dimensão da sua alma.

São raros na nossa vida. E por isso preciosos. Dos meus, e de memória, poderia falar do Zeca Afonso, do Alípio de Freitas, do Claudio Torres, do Siza Vieira, do João Abel Manta e, seguramente do José Mattoso.

São âncoras, pilares, nuvens que nos indicam os caminhos a seguir.

Aproveitei os dias agitados das chamadas Festas para pôr em dia algumas pequenas leituras, entrevistas, artigos de jornal, coisas amontoadas ao canto da mesa de trabalho e a transbordarem para o chão.

Li duas entrevistas com o José Mattoso. E ficaram-me frases e pensamentos que merecem partilha e reflexão.

Cá vão algumas da entrevista conduzida por Anabela Mota Ribeiro e publicada em O Público, 24.10.2010.

"A minha concepção de Deus - não sei se é pretensão de mais dizê-lo - foi-se aperfeiçoando. Foi perdendo os aspectos antropomórficos, os aspectos lógicos. Os Vedas falam na meditação da escuridão que cobre a escuridão. A escuridão é o mistério de Deus, coberta por outra escuridão, e por outra , e por outra. Temos de encontrar o que está por detrás, que nunca é exprimível. Há aproximações metafóricas, metafdísicas, conceptuais."

"O Homem é o homem e a mulher. O amor faz parte daquilo que completa o Homem. Se não existir é uma mutilçação. É uma falha irreparável."

"O 1º de Maio (de 1974) foi uma espécie de visita ao paraíso."

1 comentário:

Licínia Quitério disse...

Sabe bem ler coisas destas. Reconforta, no meio da secura deste deserto que vamos atravessando.

Um beijo.