sábado, 2 de novembro de 2013

AS PEDRAS FALAM?


Da poesia para adultos à poesia para crianças vou trazer por aqui alguns poemas mais esquecidos ultimamente.

Para quem trabalha com crianças e para as crianças que resistem no peito de alguns adultos.

Desta vez da minha muito querida amiga Maria Alberta Menéres.


AS PEDRAS FALAM?

As pedras falam? Pois falam
mas não à nossa maneira,
que todas as coisas sabem
uma história que não calam

Debaixo dos nossos pés
ou dentro da nossa mão
o que pensarão de nós?
O que de nós pensarão?

As pedras cantam nos lagos
choram no meio da rua
tremem de frio e de medo
quando a noite é fria e escura.

Riem nos muros ao sol,
no fundo do mar se esquecem.
Umas partem como as aves
e nem mais tarde regressam.

Brilham quando a chuva cai.
Vestem-se de musgo verde
em casa velha ou em fonte
que saiba matar a sede.

Foi de duas pedras duras
que a faísca rebentou:
uma germinou em flor
e a outra nos céus voou.

As pedras falam? Pois falam.
Só as entende quem quer,
que todas as coisas têm
uma coisa para dizer.

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