sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O MAR EM VOLTA


Poeta discreto, o João Rui de Sousa. E exigente, rigoroso no traçado dos seus versos. Escritor com muitos anos de ofício e leitor generoso e atento dos outros poetas.



VIA ABERTA OU O MAR EM VOLTA

Ter o destino em aberto
para o impulso do salto.
Ter sempre o olhar mais perto
daquilo que está mais alto.

Ter a seiva e ter o fito
Das palavras em semente.
Ter o sonho sempre rente
aos ombros do infinito.

Ter das coisas todo o lume
Desde o fim ao seu começo.
Ter as mãos que se entreabrem
à ilha que seja berço,

ao espaço que seja infindo,
à praia que seja o mundo
de um amor que não tem preço
nem superfície nem fundo.

E seguir no desalinho
dos navios fora de rumo
por mares sem endereço.
João Rui de Sousa


VIA ABERTA OU O MAR EM VOLTA

Ter o destino em aberto
para o impulso do salto.
Ter sempre o olhar mais perto
daquilo que está mais alto.

Ter a seiva e ter o fito
Das palavras em semente.
Ter o sonho sempre rente
aos ombros do infinito.

Ter das coisas todo o lume
Desde o fim ao seu começo.
Ter as mãos que se entreabrem
à ilha que seja berço,

ao espaço que seja infindo,
à praia que seja o mundo
de um amor que não tem preço
nem superfície nem fundo.

E seguir no desalinho
dos navios fora de rumo
por mares sem endereço.

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