sábado, 11 de agosto de 2012
GANHEI UM POETA
Nunca ganhei a lotaria, o euromilhões, o totobola, nem sequer uma simples rifa de verbena. Mas poetas, já ganhei bastantes.
Desta vez foi o prémio Nobel Tomas Transtromer que me chegou graças ao excelente e continuado trabalho da editora Relógio d'Água e à tradução que me soa muito bem de Alexandre Pastor.
É uma alegria muito grande quando descubro a obra de um poeta que não conhecia e que me leva a novos patamares da relação com a palavra e as suas fantásticas viagens.
As línguas, a falta de imprensa, a insistência na divulgação do Mac Donald cultural, deixam-nos sozinhos da grande poesia, da grande música do mundo, de muito do melhor que alguns irmãos nossos fazem lá nesses seus cantinhos tão fora das grandes auto-estradas culturais
As línguas serão sempre uma ponte e uma barreira. Leio bem em francês e em espanhol. Dá para navegar no italiano. Entendo-me com o inglês corrente mas muito mal com o inglês literário. Gosto das edições bilingues para ler com um olho em cada língua.
Um dia vou aprender inglês a sério para ler no original Shakespeare, Walt Whitman, Ted Hghes, Walace Stevens, Alen Guinsberg, etc, etc.
Também gostava de aprender alemão. E russo, vá lá... Mas há tanto poeta que adoro nas traduções e que escrevem em línguas que nunca aprenderei.
O grego Yanis Ritsos, o russo Tarkoski, pai do realizador de cinema, o checo Vladimir Holan , o indiano Rabindranaz Tagore, o Tonino Guerra que escrevia em romagnolo...
Mas às vezes ganhamos um poeta graças ao Nobel ou a outra circunstância qualquer, como já me tinha acontecido em relação à extraordinária poeta polaca Szymborska.
Devo aos editores estas pequenas vitória e muito, como já disse, à relógio d'Água que é um oásis em Portugal.
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1 comentário:
«É uma alegria muito grande quando descubro a obra de um poeta que não conhecia e que me leva a novos patamares da relação com a palavra e as suas fantásticas viagens.» Faço minhas as suas palavras.
Completamente apaixonada por este poeta sueco.
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