terça-feira, 23 de outubro de 2012
O LUGAR DA MACIEIRA
Novo livro da Filipa Leal, uma das vozes mais interessantes neste tempo em que algumas vozes poéticas começam a surgir saindo debaixo das pedras e das palavras.
Esta vale a pena ler. Trago aqui um bocadinho embora o livro seja uma espécie de continuum.
E há nele uma brisa que passa entre palavras e nos deposita nas mãos um fio muito discreto de grande e delicada poesia.
Apareceu para jantar no Vale Formoso um pianista.
O pianista trazia a mulher pianista, o filho
que preferia jogar às cartas, e um grande saco de maçãs.
À refeição, servida no alpendre, contou que vivia no campo
e que procurava em Lisboa uma casa onde coubesse
com a sua mulher, o filho de ambos e três pianos.
Fiquei preocupada com a família pianista
– eram três –
e com a família de pianos
– eram três –
e pareceu-me melhor avisá-los de que seria difícil encontrar
uma casa onde coubesse udo aquilo
e a macieira.
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2 comentários:
as macieiras só forescem entre pianos
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