quinta-feira, 16 de maio de 2013

OMELHORAMIGO.BLOGSPOT.COM








Foi o meu amigo Alberto Serra que me avisou: "Vai lá ver o blog! Não percas! Eu vou lá todos os dias!"

E eu fui E gostei. Muito. Mais ainda, agradeço as traduções partilhadas pelo David Vaz Pinto. Traduzir poesia é uma festa e um ofício maravilhoso. Neruda chamava-lhe "Trocar de rosa".

E aqui fica um poema de Gabriel Celaya (1911-1991), poeta espanhol do período do pós-guerra civil, um dos mais destacados representantes do que se chamou a "poesia comprometida".



Tudo vale a pena

Tudo vale a pena.
Espero ansiosamente telegramas que digam,
por exemplo: "Foste aceite", ou: "Boa viagem. Abraços."
Pago o que for preciso por um cognac decente;
perco noites inteiras com uma miúda qualquer.

Tudo vale a pena.
Tudo me arrebata e é isso o que é terrível;
tudo me apaixona e é, ainda assim, tonto;
tudo deveria parecer-me nada,
mas as coisas de nada são a minha vida, o meu tudo.

Tudo vale a pena.
Exibo o capital social do meu negócio
como um pele-vermelha a sua arrogante pena.
É uma miséria; não significa nada;
mas o meu sangue pulsa: vivo, sou feliz.

- Gabriel Celaya


4 comentários:

Jaime Santos disse...

É IMPRESSIONANTE!
Quando temos algum tempo de sobra e vemos na nossa disponibilidade uma janela para olhar o mundo descobrimos que aquilo a que chamamos FALTA DE TEMPO não é mais do que enriquecimento da alma pelo que lemos, pelo que vemos... pelo que sentimos.
E este é verdadeiramente um espaço do Sentir diferente, do respirar a ecologia do saber fazer.

Um abraço, Fanha, agora também pelas descobertas que nos vai encaminhando!

Jaime

anamarg disse...

Excelente poema José Fanha. Senti-me "lida" neste poema. Vou levá-lo comigo. Obrigada pela partilha. Ana Cruz

anamarg disse...

Excelente poema José Fanha. Senti-me "lida" neste poema. Vou levá-lo comigo. Obrigada pela partilha. Ana Cruz

Rosa Brava disse...

"...
É uma miséria; não significa nada;
mas o meu sangue pulsa: vivo, sou feliz."

Grata. Um caminho que vou seguir o indicado... O Melhor Amigo.