Natural do Alvito, Raúl de Carvalho, construiu nos seus anos de poeta uma obra delicada e intensa. É inesquecível para quem o lê o longo poema "SERENIDADE ÉS MINHA" que Mário Viegas gravou com a arte notável que era a sua. É um daqueles poetas que é preciso lembrar quando pululam por aí alguns tantos poetas que nunca serão lembrados.
Na rua molhada,
No vão de uma escada,
Envolto na sombra
Silente da noite,
Um menino dorme
Deitado no azul
Da noite estrelada,
Um menino sonha
Com fadas e luas
E um sol pequenino
Brincando e brilhando
No céu de menino…
Ó águas das nuvens
Descei devagar…
Se o menino acorda
Tem medo da chuva
E fica a chorar…
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
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2 comentários:
Escrevia obsessivamente. Fomos colegas de trabalho. Mostrava-me os poemas que acabava de escrever, quase sempre ilustrados pelos seus traços de artista. Tenho livros oferecidos, autografados. Era um homem muito sofrido, incomprendido, e tenho pena que ainda hoje não lhe seja dado o devido calor. Bem hajas, Fanha, por o teres trazido aqui.
Queria dizer "valor" e não "calor"
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