quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

A BRINCAR COM COISAS MUITO SÉRIAS

As palavras são o mais maravilhoso brinquedo que me deram em pequeno.

Sempre gostei de brincar com palavras. Esticá-las e dobrá-las na oficina da escrita. Fazer equilibrios instáveis com a música delas. Trocar-lhes o sentido. Despenteá-las. Inventar comboinhos de rimas e delírios. Dar a volta às composturas e bem pensâncias com que nos querem encerrar, diminuir e tornar em senhores muito amestrados.

Brincar ao absurdo talvez seja um acto de total liberdade. Acto maior do ser criança. E de ser poeta.

6 comentários:

Isabel Fernandes disse...

O sabor das palavras, o cheiro das palavras vai crescendo com o tempo e a saudade que rebenta do nosso viver e das perdas que, forçosamente, aprendemos a engolir na reinvenção diária da vida.
"Primémio" é um outro primeiro, prémio da doçura encantatória da descoberta do prazer de articular as palavras e de adivinhar o sentido da abertura do horizonte da gargalhada comunicativa - do olhar feliz e embevecido dos que o circundavam. Era assim. Este é o valor da palavra de um filho que faria amanhã 25 anos, se tão cedo não tivesse partido para outro espaço, onde a palavra saudade se mistura com eternidade.
Natal - partilha generosa do sorriso.

http://lili-one.livejournal.com/ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
http://lili-one.livejournal.com/ disse...

Há coisas sérias que só se podem levar a brincar. As outras, as muito, muito sérias, nós não podemos pensá-las, intelectualizá-las, senão, a vida não valeria a pena, por isso, para mim, as palavras, sejam de circunstância, às vezes até estas são necessárias, ou não, me são tão necessárias. Assim como o silêncio.
A poesia é o meu modo de rezar.

Feliz Natal! :)

Pax Diem disse...

"No princípio era a Palavra , e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus.- João 1:1"
Bem hajam os que respeitam a Palavra.
Bem hajam os que não pervertem o seu imenso poder.
Bem hajam os que usam da palavra para dar esperança e alegria.

Os votos de um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.

Nelson Costa :.

Jorge Castro (OrCa) disse...

Assim, sim, tem-te não caias
lá vai ele num tró-la-ró
já fugidinho das saias
compridas da sua avó...

A alegria de viver com as palavras no bolso, na lapela, tipo cachecol de aconchegos, ou na sola dos sapatos, de correr mundos até ficarem a rir-se deles. Que à palavra dada nem se olha o dente... pelo menos, assim, de repente.

Boas Festas: duas palavras a transportarem votos de mil e uma felicidades.

E um abraço.

Artur Coelho disse...

É a brincar que se aprende, descobre e constroi novos conhecimentos. As ideias são como legos, é muito mais giro combiná-las e recombiná-las do que as empilhar de forma linear.