sábado, 10 de setembro de 2011

ABRIL E A QUEDA DE KHADAFI

Tenho 60 anos.

Já acreditei em muitos mitos veiculados pelas melhores e pelas piores intenções.

Das imbatíveis verdades da imprensa já bebi muita aldrabice.

Este texto recebi-o da Associação 25 de Abril. Vale a pena reflectir.

"O 25 de Abril tem servido para muitos dislates, ao longo destes 37 anos.
Agora utilizá-lo para definir o que se passa na Líbia, comparando os dois acontecimentos, admitindo que houve boa fé,revela enorme ignorância.
Ignorância, porque mostra um total desconhecimento sobre a acção libertadora de 1974; mas também incompreensão, porque tenta justificar uma das acções mais hipócritas dos países ocidentais que, no seguimento da acção contra o Iraque, volta a aproveitar o facto de existir um ditador -ontem Sadam, hoje Khadafi - para legitimar acções de todo em todo condenáveis, se analisadas à luz das regras do direito internacional. Não se veja nisto qualquer defesa dos referidos ditadores, mas já se sabe que o direito internacional é a manifestação da vontade dos vencedores, dos mais fortes, mas, por favor, poupem-nos à hipocrisia de tentar justificar o injustificável...
Afirmar, como o primeiro ministro de Portugal, Passos Coelho, que "o fim do regime de Khadafi foi uma espécie de 25 de Abril", que "houve uma espécie de 25 de Abril, uma tomada de consciência dos líbios em relacção ao seu regime" ou que "houve também uma intervenção da NATO que foi extraordinariamente bem sucedida. Não existiu, digamos, invasão terrestre. Isso permitiu da parte do povo líbio uma tomada de posição contra o próprio regime, que fez lembrar aquilo que se passou em Portugal", ultrapassa tudo o que é admissível.
Isto leva-nos, enquanto militares de Abril e representantes dos que em 1974 tudo arriscaram para acabar com a ditadura, acabar com a guerra, devolver a liberdade e a democracia aos portugueses, a protestar veementemente contra as declarações do primeiro ministro, que nos ofendem, ofendem o 25 de abril, ofendem Portugal.
Tenhamos presente que a NATO, ou qualquer outra organização semelhante, não deu qualquer apoio ao Movimentos dos Capitâes e no Terreiro do Paço ou no Largo do Carmo não podem ser vistos sinais de bombardeamentos, porque então se utilizaram cravos..."

2 comentários:

Júlio Pêgo disse...

A verdade deve ser divulgada e não deturpada. Derrubar Khadafi ou Marcelo Caetano não há nada de comum. Numa estratégia de rapina da Nato e de alguns paises ocidentais, (petróleo e gas natural), é que saloios serventuários como agora P. Coelho e ontem D. Barroso, afirmam semelhantes barbaridades. Honra ao 25 de Abril e abaixo a camarilha vampiresca, que não olham a meios para obter os seus inconfessáveis fins, a bem da "liberdade"...

Licínia Quitério disse...

O Sr. Coelho era muito pequenino, depois andou distraído com outras bugigangas e agora temo-lo em P.M. sem fazer ideia do que foi o 25 de Abril. Digo eu, com todo o esforço possível para não dizer o que verdadeiramente penso.
Com mais 10 que tu, Fanha, podes supor quanto gato por coelho já comi. Enfim...

Um abração.