(Sobre uma pintura de Dominguez Alvarez)
Não tenho nada mais a acrescentar
a estas cores.
Nem gente, nem ladrar de cães.
A severa paisagem não pede mais palavras.
Nada mexe.
Apenas a brisa leve despenteia
a imutável cabeleira
deste tempo esguio.
A dor aqui é dura
e a nuvem cinzenta ´
como se houvera nascido
de uma lareira apagada.
Os sinos desolados
não se cansam de bater
nas faldas da serrania
e varrer
as paredes ora frias
do meu peito.
1 comentário:
~
~ Quando o sofrimento é insuportável, o organismo defende-se, perdendo a razão, pelo que, "Desolação" seria o título perfeito para a pintura, onde a dor é visível.
~ Uma bela expressão poética interpretativa, análise precisa de uma excelente obra, triste e tocante.
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